65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
domingo, setembro 12, 2004
Posição política
Não foi sem pesar que, junto com outros companheiros, mais ou menos conhecidos, mas certamente valorosos, assumi posição contra os encaminhamentos políticos tomados pelo meu partido, o PT em Campos. Em toda minha militância política de 24 anos, desde o movimento estudantil no início da década de 80, até os dias atuais nunca fui de ficar em cima do muro. Sempre tive posições claras e assumi deliberações do coletivo ao qual participei, por isso o pesar em assumir posição diferente do coletivo do partido na cidade. Porém, as condições em que se deu esta decisão e ao mesmo tempo, a oportunidade ímpar e talvez sem igual no curto ou no médio prazo para interromper em nossa cidade o projeto do coronel Bolinha, me fez assumir apoio a favor do Deputado Paulo Feijó, a meu ver, a única candidatura capaz de fazer este enfrentamento. O discurso de que o segundo turno era o momento adequado para fazer esta opção é a de quem se preocupa mais consigo ou com os desejos pessoais do que com sua cidade. A posição tomada está em sintonia com importantes lideranças estaduais e nacionais que compreendem e defendem a necessidade de se fazer já este enfrentamento em Campos. A não participação da Rosinha no seminário sobre a revitalização do estado do Rio de Janeiro organizado pela FIRJAN, sob a alegação de que havia gente demais do governo federal é apenas mais um exemplo, do projeto do casal de impedir ações do governo federal no estado com interesses puramente eleitorais.
Mais detalhes sobre minha posição veja aqui no artigo: "quem sabe faz a hora...".
Amanhã, segunda-feira, 17 horas na Av. XV de novembro, ao lado do prédia da Noblesse, estará sendo inaugurando um comitê suprapartidário em favor de Feijó, que demonstra cabalmente a necessidade de intervenção corajosa e decidida no momento plebiscitário em que se coloca a política de Campos.
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2 comentários:
Prof. Joanes Corrêa,
Em 28-09-2004.
Ao ilustre Professor ROBERTO MORAES PESSANHA.
Roberto, em primeiro lugar meus parabéns pelo lúcido artigo que recebi via e-mail.
Seu artigo retrata a necessidade urgente de identidade ideológica ou de opção política dos nossos homens públicos, atuando de modo transparente diante daqueles que quer liderar para conquistar o poder e direcionar o poder “conquistado” para o bem comum ou como idealizou o criador da democracia, para fazer a polis feliz ou promover um modo agradável, justo e politicamente correto para os cidadãos.
Como você disse muito bem, podemos fazer opões erradas ou opções politicamente corretas no tempo em que as opções foram feitas mas jamais poderão nos condenar por hipocrisia, por falta de transparência ou por utilizar a retórica como instrumento gerador das decepções, normal no tempo pós-conquista do poder.
Você está politicamente correto em suas ações. Infelizmente, numa realidade sócio-cultural desfavorável para o debate das idéias, ser politicamente correto é ser considerado um político tolo, ingênuo, anti-maquiavélico mas, a luta para retomada de um padrão ético-comportamental na seara da política justifica a busca da ação politicamente correta.
Berthold Brecht afirmou que: “ O MAIOR CASTIGO PARA OS QUE NÃO GOSTAM DE POLÍTICA É SER MANDADO PELOS QUE GOSTAM.”
Feijó, no momento político que vivenciamos é a melhor opção para que a nossa cidade e o nosso município regatem a dignidade e a cidadania.
Bem sei que “só se desilude quem se ilude”, mas prefiro desiludir-me com uma opção do que envergonhar-me pela omissão.
Um abraço.
Joanes
Gostaria de parabenizar-lhe pelo artigo "Indiferença não". Realmente, são poucos os que tem coragem suficiente para manifestar as suas idéias em público, principalmente, quando se trata de questões políticas. O medo da crítica, de firmar posição e, até mesmo, de errar faz com que muitos permaneçam em uma posição confortável. Esses muralistas contribuem para que as coisa continuem do jeito que estão. O resultado desta eleição é uma prova realista. O número de votos em branco e nulos comprovou que, infelizmente, um número expressivo da população de Campos, representada em sua maioria pela classe média ou por intelectuais, preferiu assistir imparcial ao desenrolar de um quadro político que pela primeira vez no decorrer desses anos poderia ser mudado. Se, para melhor, não podemos ter certeza. Contudo, seria uma tentativa. Passado o primeiro turno, muitas pessoas estão perguntando: E agora? Para mim, agora é tarde. Estou INDIGNADA, pois terei que optar por duas forças que, aparentemente, parecem divergentes mas um olhar mais atento aponta as convergências entre ambas. De um lado, temos um candidato que representa tudo aquilo que nego, não só como cidadâ, mas também como profissional: o clientelismo, o populismo, o assistencialismo, o oportunismo e todos os "ismos" que possamos imaginar. O outro candidato representa o continuismo. Como não sou a favor da posição muralista, estou sem opção. Como você mesmo falou, tudo isso poderia ter sido evitado caso as alianças tivessem sido feitas. Infelizmente muitas pessoas não tiveram essa mesma compreensão e ficaram atreladas a interesses individuais, perdendo de vista o processo político como um todo e, por conseguinte, a possibilidade de MUDAR DE VERDADE.
Susana
Em 05-10-2004 - su_brandao@yahoo.com.br>
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