quarta-feira, abril 20, 2005

Goytacaz x Campos – 2

Volto ao tema. Tem gente que não quer se expor. Podem até xingar, mas, continuo a achar que Goitacá, Goytacaz, o nome mais adequado para nossa cidade homenagear nossos ancestrais. Os linguitas podem e devem definir a escrita adequada. Com "i" e "s" ou "y" e "z". Acredito que fora de cogitação só goytacazes, já que o plural de goitacá é goitacás e não goitacazes. Segundo pesquisas informais do prof. Hélio Gomes, os historiadores que defendem o "y" o fazem pelo fonema e não pela escrita. Lembrando que o Tupi ou Tupy nunca foi língua escrita. Era uma língua falada e o som produzido pela pronúncia do Goytacaz em Tupy o "y" representaria mais o fonema falado pelos índios do que o "i" como o usamos em português. Segundo esta versão, a adoção do "y" nada teria a ver com o "estrangeirismo" que o português estaria sofrendo com substituições do "i" pelo "y", pelo uso do apóstrofo ('s) entre outros modismos. No entanto, esta não é a questão que quero debater. Entendo que os linguistas locais podem dar conta desta decisão. Quero debater a retirada de "Campos" do nosso nome e a definição do município como sendo simplesmente e imponentemente "Goytacaz". A nossa terrinha entre os rios Macaé e Itabapoana antes de ser um campo ou "Campos", nossa região era de lagoas, brejos, etc. Só depois da construção de canais artificiais e dragagem de outros naturais é que os campos se expandiram, como se vivessemos eternamente na seca. Portanto, apenas goytacaz fica mais legítimo. Sei que a discussão hoje, como quase tudo na vida que vivemos, é mais balizada pelas questões econômicas do que qualquer outro valor, mas, mesmo assim, quero discutir o assunto.
Não tenho posição fechada, mas quero ser convencido do contrário. Ainda na linha das preocupações econômicas, outros hão de lembrar que assim perderíamos relação com a nossa mais importante “galinha dos ovos de ouro”, a bacia petrolífera, a Bacia de Campos. Conhecida em todo o mundo a ponto de causar ciúmes, às vezes, exagerado dos macaenses. Argumento pueril. Neste caso a Bacia pode continuar a ser chamada de Bacia de Campos e paulatinamente agregaríamos a nomenclatura Goytacaz para se relacionar gramaticalmente com campos. Sem problemas.
* Pela oportunidade vale a dica da visitação à Exposição "Arte Indígena" organizada pelo Museu Campos dos Goytacazes. Não tive oportunidade de visitá-la, mas, quem viu achou muito interessante. Se não estou enganado tem revisão de encerramento hoje, 20 de abril, na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. Seria interessante a prorrogação desta mostra.

3 comentários:

Roberto Moraes disse...

Olá Fátima,
Estava estranhando sua ausência. Vem aí mais post sobre o assunto. Sds.
Roberto Moraes

Anônimo disse...

Olá Roberto,
rs..
Goitacas, soa esquisito não? Simplesmente Goitacás?
Pode ser, temos até um clube com o nome Goytacaz.
Mais porque abolir o excluir Campos? Dê um argumento mais eficaz.
Devemos trabalhar mais o amor e o orgulho campista pela sua terra.
Falando em campistas, como ficaremos sendo denominados caso haja a troca de nomes cidade ? Goitacazes ou Goitacanianos?

Roberto Moraes disse...

A idéia principal é tornar o nome menor e mais significativo em relação às nossas origens. Quanto ao som ou fonema, reconheço que Goytacá, no singular, fica foneticamente melhor. Quanto ao adjetivo pátrio (acho que é assim que se classifica na gramática)passaríamos a ser goytacazense. Segundo uma linguista, a grafia goytacazes não existe, porque o plural de goytacá é goytacás.
Apesar de não saber quem fez o comentário, agradeço-o.