Ao diretor-executivo da Ong Transparência Brasil, Cláudio Weber Abramo, em artigo cujo título é "Adeus ética" publicado hoje no jornal O Globo, faz uma série de análises, algumas que questiono, outras (a maioria) que assino embaixo, especialmente quando ele fala da necessidade da sociedade construir mecanismos que tornem a ética controlável pela sociedade e não em discurso vazio de exortações sobre a sua necessidade.
Veja artigo inteiro aqui. Resgato parte dele:
"Corrupção, agressões a direitos humanos, ofensas ao meio ambiente e qualquer outra transgressão a valores não acontecem porque valores não estejam presentes, mas porque as condições objetivas em que se dá a atividade humana (institucional ou empresarial) propiciam a oportunidade para que ocorram. É a ocasião que faz o ladrão.
Caso exortações à “ética” tivessem algum efeito material sobre o comportamento humano, então a maior parte dos malfeitos que nos assolam não ocorreria. Isso não significa dizer que valores morais não existam, ou que não devam ser transmitidos de pessoa a pessoa, de geração a geração. Mas quer dizer que não é pelo discurso que isso se faz, e sim pela ação.
... A corrupção nasce de fragilidades institucionais e da ineficiência da gestão administrativa do Estado nos três poderes e nas três esferas, federal, estadual e municipal. Elas estão na ausência de uma regulamentação do direito constitucional do acesso à informação detida pelo Estado, na liberdade de nomeação de pessoas para ocupar cargos de confiança, na forma de confecção do Orçamento e no fato de ele não ser obrigatório, na debilidade e descoordenação dos mecanismos de acompanhamento e controle da gestão, nas condições adversas para o monitoramento social e numa multidão de outros fatores objetivos".
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