Ainda sobre o assunto vale a conferida no artigo do professor Rodrigo Serra, “Quem ama, cuida!” publicado hoje no jornal Folha da Manhã e com link na seção “Artigos de outros autores aqui ao lado. Já disse aqui em notas postadas em 15 de setembro (que transcrevo abaixo) sobre necessidade do município não apostar todas as suas fichas neste empreendimento e nem politizar ou partidarizar uma questão que até aqui tem sido tratado mais no âmbito da avaliação técnica, econômica e ambiental.
Julgo normal o governante municipal queira acompanhar e cooperar para garantir o investimento, mas, é preciso ter visão estratégica e não comprometer toda a capacidade do município num único empreendimento.
"Baixar a bola
Está me incomodando o “frisson” que está tomando conta da cidade após a reportagem do jornal “O Globo” no domingo que falou das possibilidades de instalação do pólo petroquímico em nosso estado. A reportagem informou ainda que duas regiões do estado disputam a localização deste empreendimento que pode atingir a cifra de US$ 9 bilhões de dólares. Nossa região teria três vantagens: a proximidade com o campo produtor, as condições ambientais que facilitariam o cada vez mais rigoroso licenciamento e a qualificação de mão-de-obra. Essas seriam as vantagens comparativas de Campos em relação a Itaguaí que por seu turno, levaria vantagem pela logística lá instalada, em função do porto de Sepetiba e das rodovias de acesso que estão sendo construídas, além da proximidade com a capital e metrópole o Rio de Janeiro. As vantagens de uma localização são exatamente as desvantagens da outra região.
Baixar a bola II
O perigo de todo este “frisson” é mais uma vez a região lançar todas as suas esperanças num projeto que ainda carece de definições não só de ordem técnica, mas, também econômica. Além do mais, a questão tem sido tratada quase que exclusivamente nestas duas esferas. A politização da questão poderá trazer mais problemas que solução, até pelo jeito de ser e de atuação do “casal de governadores” que temos.
Baixar a bola III
Quando falo em reduzir o ímpeto em relação à questão não refiro ao trabalho que os gestores municipais e os líderes empresariais da região têm que desenvolver para estarem informados do empreendimento e mesmo de facilitar toda e qualquer colaboração para viabilização do empreendimento. A duplicação da BR-101 e a disponibilização de recursos para a instalação de um porto são dois exemplos de intervenções práticas nesta linha. O que não se pode é jogar todas as fichas em um único projeto, quando podemos, com os recursos que hoje dispomos atuar em diversas frentes, sem abandonar a hipótese deste empreendimento, por mais viável que ele hoje se apresente. Já vivemos outras frustrações com o porto, aeroporto alfandegado, fábrica de celulose, etc. Lembrem que todo o trabalho feito até aqui se deu basicamente na esfera técnica e econômica".
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