Nas matérias dos diversos jornais e sites que vi ontem e hoje até agora, não vi explicações ou pistas sobre argumentos técnicos que teriam sido preponderantes na decisão pró-Itaboraí. São frágeis as informações da proximidade com a sede da estatal e disponibilidade de mão-de-obra. Esta última nem se sustenta com outro dado divulgado ontem de que a empresa irá criar na área escolhida um Centro de Especialização e Formação de Mão-de-Obra.
Particularmente não conheço, mas tenho informações de que por lá há problemas ambientais na região ao entorno da área reservada de 20 milhões de metros quadrados. Esta área seria uma extensão do manguezal da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim onde há uma recém-criada estação ecológica que muitos consideram o principal pulmão da Baía da Guanabara.
Para os leitores deste blog listo abaixo a relação de 11 itens distribuídos em três fatores que a empresa, através do seu diretor de abastecimento, Paulo Roberto Costa apresentou quando lideranças da nossa região foram recebidas pelo presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. Como participante da reunião fiz questão de anotar estes itens que segundo a empresa seriam usados para a avaliação que disponibilizo abaixo deixando para sua avaliação a preponderância que a empresa diz ter havido dos critérios técnicos para a escolha de Itaboraí:
1) Técnico-econômicos:
a) custos logísticos (transporte de petróleo/ insumos, custos para o transporte de produtos para a segunda-geração de indústrias do pólo);
b) sinergia com outros empreendimentos (ex.: outras indústrias, portos, etc.);
c) disponibilidade de infra-estrutura (porto, malha ferroviária e rodoviária).
2) Ambientais:
a) viabilidade atmosférica;
b) viabilidade hídrica (água e efluentes);
c) ecossistemas (biodiversidade, restingas, etc.);
d) áreas impactadas ou degradadas de terreno;
e) vulnerabilidade (solo e água subterrânea).
3) Sócio-econômicos com análise de três indicadores:
a) zoneamento, uso do solo e outros aspectos sociais;
b) ruídos, resíduos, impacto visual, vibração, etc.;
c) preparação de mão-de-obra para executar ser viços de implantação e operação.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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