Uma das integrantes do MST que é originária do Paraná e foi quem iniciou o movimento dos trabalhadores sem-terra em Campos, chamada Marina, foi quem em entrevista divulgada ontem no Jornal Nacional deu a posição do movimento em relação à invasão.
Marina disse que a ação foi liderada pelo MMC (Movimento das Mulheres Camponesas) e quis chamar a atenção do que chama de ''latifúndio verde", no Dia Internacional da Mulher e para a lentidão do processo de reforma agrária no país.
A invasão foi realizada na quarta-feira por um grupo de 2.000 militantes da Via Campesina, na maioria mulheres, nas instalações do horto florestal da Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro a 56 km de Porto Alegre. Num manifesto divulgado pela entidade, foi dito que o objetivo era denunciar as ''conseqüências sociais e ambientais do avanço da invasão do deserto verde criado pelo monocultivo de eucaliptos“. A empresa reclamou que seus laboratórios foram destruídos e pesquisas de até 20 anos, sobre cruzamentos genéticos e seleção de espécies, foram perdidas. Pelo menos 5 milhões de plantas foram destruídas.
A Via Campesina é uma organização internacional da qual faz parte o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)além de outras entidades. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, representante das correntes de esquerda do PT no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, condenou a invasão, dizendo que ela "em nada contribui pela busca da reforma agrária".
Marina chegou em Campos em 1996 e aqui militou no movimento dos sem-terra até ano passado. Não sei se ainda mantém vínculos com o movimento local ou se agora atua apenas junto à direção nacional. Além de sua luta junto ao movimento, Marina, em Campos, voltou a estudar, passou no vestibular e estava cursando Direito na Universidade Candido Mendes de Campos.
Mesmo reconhecendo a importância da pressão na luta pela agilização da reforma agrária exercida pelo MST, considero um exagero desnecessário este tipo de atitude que talvez, explique, parte da perda de prestígio que o movimento vem sofrendo junto à opinião pública.
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