O colunista George Vidor de O Globo, também especializado nas questões relativas a petróleo, ontem, em seu blog também teceu comentários sobre a localização do Pólo Petroquímico no município de Itaboraí:
"Há prós e contras em relação a Itaboraí, do mesmo modo que existem quanto a Itaguaí e Campos, locais também cogitados. No rol dos prós, podem ser citados proximidade com o mercado consumidor (Itaboraí faz parte do Grande Rio, como Itaguaí), oferta de mão-de-obra, possibilidade de sinergia com a Refinaria de Duque de Caxias, ramal ferroviário já existente, ligações rodoviárias que só tendem a melhorar com a construção do arco que começará exatamente no município (na localidade de Manilha), pouca distância dos portos do Rio e de Sepetiba, e ainda passagem de dutos (gás e óleo) na porta.
Em São Gonçalo, município vizinho, a Petrobras já tem uma estrutura para armazenagem de derivados líquidos de petróleo. Itaboraí não é um município densamente povoado e certamente tem crédito ambiental para abrigar uma grande indústria.
E os contras? Sem dúvida os investidores terão de fazer investimentos em infra-estrutura e reformular seu programa logístico pois não estarão mais colados a um porto (como aconteceria em Itaguaí). Em compensação, o impasse político com o governo do Estado seria atenuado, pois Itaboraí é um município pobre da região metropolitana que corre risco hoje de uma ocupação urbana desordenada, nos moldes do que se verificou em São Gonçalo. Com o aumento da arrecadação proporcionado pela refinaria, o município poderá crescer ordenadamente.
Em razão da crescente demanda por insumos petroquímicos e por diesel, essa unidade já deveria estar em construção. Mas talvez se possa queimar etapas, pois, enquanto não havia definição sobre localização da refinaria, os estudos avançaram em outras questões".
Observando também a opinião de Vidor é possível, no mínimo começar a tirar conclusões de que esta chamada "microlocalização" do Pólo, na verdade tem pouca diferença entre as regiões dentro do estado. Sendo assim a vontade e/ou o poder dos investidores é que definirão a questão.
Sob o ponto de vista do estado, como ente público com funções de planejamento é que talvez esteja havendo um grande equívoco. O estado do Rio de Janeiro é um dos estados, dentre os mais pujantes dentro da federação que mais concentram suas atividades econômicas na região metropolitana em torno da capital. A decisão pró Itaboraí, aumentará ainda mais esta relação trazendo consequências ainda mais fortes de migração do interior em direção à metrópole provocando desordem urbana e favelização.
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