Na condição de presidente da República é o primeiro embarque a uma plataforma na Bacia de Campos. Em setembro de 1999, Lula visitou Campos. Esteve no Cefet, inaugurou a sede do sindicato dos Petroleiros e depois participou de um seminário de direito no Trianon. Na oportunidade manifestou o interesse em fazer um embarque a uma das plataformas da Bacia de Campos.
A oportunidade surgiu em 2001. Não consigo precisar o mês e muito menos o dia. Acho que era setembro. Lula participou pela manhã e tarde de uma reunião política no Rio de Janeiro e depois viajou de carro para Macaé. Chegou por volta das 8 da noite. Convidado pelo Sindipetro-NF participei de um jantar oferecido pela diretoria do sindicato a Lula e mais algumas pessoas. No total imagino que umas trinta pessoas.
Recordo-me de algumas passagens. Muito simpático, Lula, ainda pré-candidato concorrendo com Suplicy, conversou com todos, deu uma rápida entrevista à imprensa. Neste momento, como que ironizando os fotógrafos que queriam tirar uma foto dele atrás de uma bandeja que continha umas lagostas, com muito humor segurou e levantou uma lagosta como se fosse um troféu e perguntou se eles viam algum problema em ele poder saborear uma lagosta.
Quatro anos e meio depois, também me lembro com nitidez de outra passagem: Lula falou que se concorresse seria a sua última oportunidade e que em concorrendo seria para ganhar. Na minha frente, numa mesa grande, Lula questionou alguns dirigentes que não tinham coragem de assumir diante de suas bases a defesa de recursos do sindicato para a campanha eleitoral do candidato que tivesse mais compromissos com a classe trabalhadora. Disse que havia indagado de diversos dirigentes sindicais europeus como eles faziam por lá e que recebeu deles a informação de que por lá eles assumiam isso publicamente. Lula concluiu este assunto finalizando que sem estas ajudas seria difícil concorrer com reais chances na disputa eleitoral do ano seguinte.
Saímos do restaurante para o hotel já quase meia noite. Às oito horas do dia seguinte estava marcada uma coletiva com a imprensa no hotel onde dormimos. Acordei por volta das sete da manhã. Já encontrei Lula concluindo seu café da manhã no restaurante do hotel e conversando com outros hóspedes. Impressionava-me este jeito de gostar de conversar com gente nova e diferente. Seguiu depois para o salão onde aconteceu a entrevista por aproximadamente uma hora. De lá seguiu para o aeroporto onde pegou o helicóptero para a plataforma. Neste mesmo espaço de tempo retornei a Campos
Hoje, passado quase cinco anos deste momento, revolvo em minhas lembranças mais profundas estas passagens relacionando os fatos do passado com o do presente. Não estarei no aeroporto para cumprimentá-lo apesar da insistência do amigo Lenilson Chaves. Já havia assumido compromissos que não quis desmarcar.
Lula sabe que, ao contrário do que falam alguns jornalistas maldosos, a auto-suficiência em petróleo não é um trabalho só do seu governo e nem apenas dos dirigentes. Como operário de origem sabe a importância que tem o trabalho dos mais simples e humilde trabalhador ao dirigente mais qualificado. Lula também não deve deixar que esqueçam o processo de sucateamento e de privatização que o governo anterior impôs às estatais, inclusive a Petrobras, que acabou por ajudar a produzir a ocorrência que gerou o afundamento da P-36. Sabe também, que, se não fosse ele e sim outro presidente, certamente estaria faturando ainda mais este feito que países importantes como os Estados Unidos e a China até hoje não conseguiram atingir, o de produzir em seus países todo o petróleo que consomem.
Lula, já não considera isto um preconceito e sim a luta política que talvez seja o principal adversário que está sendo obrigado a enfrentar não apenas agora, às vésperas do processo eleitoral, mas na maior parte do seu mandato de quatro anos. Erros cometidos precisam e podem ser superados, mas ninguém tirará do operário-presidente, o orgulho de entrar para a história como sendo aquele que em seu mandato conseguiu levar o seu país a se ver livre do FMI e a se tornar autônomo na produção de petróleo. O povo sabe e os raivosos oposicionistas querem esconder o fato de que isto não é pouca coisa!
Parabéns presidente Lula!
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