Muita gente acha que o técnico Parreira é um excelente técnico, que agrega, supera as vaidades e diminui as resistências que existe em qualquer grupo de humanos como líder dos jogadores da nossa seleção.
Eu, particularmente, não questiono estes possíveis atributos do consagrado técnico. Porém, entendo que, uma seleção que tem mais de 90% dos jogadores vivendo fora do país e com suas vidas resolvidas sob o ponto de vista financeiro, não vêem mais como no passado, a Copa do Mundo, como uma forma de independência e de busca de contratos com os grandes clubes do exterior. Para eles, a Copa do Mundo ainda servem para auferir mais lucro e contratos ainda mais milionários, mas muito mais do que isso significa a possibilidade rara de incorporar aos seus currículos marcas que mais do que dinheiro vale o reconhecimento e o orgulho do sucesso profissional a favor das suas nações.
O fato de viverem em outros países também ajuda a enxergar esta realidade sob a ótica mais pragmática que emocional. Mais do que a vantagem técnica da qualidade dos nossos jogadores, este talvez seja o principal fato que aumenta o favoritismo da seleção. Passou a ser assim desde que o êxodo dos nossos jogadores se tornou realidade. Na verdade, perdemos pelas suas presenças em nossos gramados, mas ganhamos com este retorno que acabam nos dando a cada quatro anos.
Sob a perda da presença deles em nossos gramados, não podemos reclamar porque como a maioria dos torcedores não vai mesmo aos estádios e só vê os espetáculos pela televisão, tanto faz, que os jogos sejam aqui, na Espanha, Itália ou Alemanha. Acabamos vendo-os pelas redes de TV.
As vantagens citadas cima, só não serão suficientes para a obtenção de mais um título se o sapato alto se fizer presente. Aí sim, o Parreira pode atuar, se tiver dificuldades que contrate também um sapateiro. Não falo de roupeiro, este se preocupa com as Nikes. Isso não será nada demais para uma delegação que tem de cozinheiro a psicólogo. Ah tem o outro lado que pode fazer tudo ir por água abaixo: o imponderável! Ele habita o futebol como em nenhuma outra área fazendo com que as teorias aqui expostas sirvam tanto quanto a maioria dos chatos programas de mesa-redonda sobre futebol. Enfim vale a torcida: Brasil hexa!!!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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