Recebi e-mail assinado por Fernando Monteiro Pontes, mas com texto que identifica a autoria como sendo da mãe do engenheiro Fábio Augusto Pontes desaparecido na plataforma P-27. A signatária registra seu “assombro e indignação com a informação divulgada que nós familiares dissemos ser Fábio portador de uma anomalia que o fazia dormir até dois dias (etc), o que não passa de um absurdo surreal”.
Prossegue: “Para seu conhecimento, informo-lhe que o Fábio nunca teve nenhuma anomalia, seja ela qual for, e ainda gozava de saúde física e mental invejável, e, além do mais, ninguém de nossa família ou quem quer que o conhecesse disse ou diria tamanha falsidade...
... Meu filho provavelmente está morto e ninguém sabe até agora o que ocorreu e nem onde ele está”.
A signatária, mãe do Fábio Augusto Pontes, termina reafirmando que as afirmações a respeito de anomalias e possível síndrome do sono que o post citou como uma possibilidade é “falsa e não passa de um equívoco”.
Além deste e-mail, este blog recebeu por conta nota que você pode ler aqui, um comentário do engenheiro, Rodrigo Fonseca com o seguinte teor:
“Roberto, boa noite... sou amigo de faculdade do Fábio, nos formamos em 2001 na Unicamp e também estou muito intrigado com esta estória... ninguém na turma nunca tinha ouvido falar nessa síndrome de sono compulsivo... Se tiver alguma novidade (mesmo que seja só boato ou simples especulação de botequim), peço entrar em contato. Obrigado e um forte abraço”.
PS.: Informo aos leitores deste blog que a postagem da nota foi movida exclusivamente pelo sentimento de pesar. Tenho uma relação intensa com os petroleiros. Falei abertamente disso na nota. Tenho dezenas, talvez centenas de ex-alunos, amigos e parentes que são petroleiros. Além do mais, o fato de ter feito uma pesquisa no qual mergulhei pelo menos dois anos no universo destes “trabalhadores embarcados” aumentou esta relação.
Em Campos e em toda nossa região, qualquer ocorrência nas plataformas provoca logo uma grande ansiedade nas famílias. Tenho certeza que a hipótese levantada, da “síndrome do sono” que a mim me pareceu estranha, foi objeto de investigação da empresa. Não pretendo divulgar a fonte, pois não quero aumentar a polêmica.
O caso é estranho e imagino que inusitado para a empresa. Imagino que ele poderá ensejar mudanças significativas nas relações de trabalho nas plataformas o que reforça algo que insisti na minha dissertação: a da extrema peculiaridade que se reveste este tipo de “trabalho embarcado".
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