Ainda repercutindo e imaginando o que poderá ocorrer com a decisão do TSE de suspender todos os reajustes salariais encaminhados pelo governo federal há pelo menos 180 dias antes das eleições de outubro (ou todos aqueles concedidos após o início de abril) vamos analisar alguns dos problemas.
Como já falado, a decisão mexe com os funcionários dos Cefets, Universidades, INSS, Polícia Federal e uma série de categorias de funcionários federais que estão ou estiveram em greve e que têm representação em nossa região.
No caso do Cefet a situação poderá piorar ainda mais. A categoria está em greve desde maio sendo que a Medida Provisória que concede o reajuste dos docentes já foi assinada e publicada há mais de duas semanas. As últimas assembléias do Sindicato têm mantido a paralisação por conta da tentativa de garantir a antecipação de um reajuste já concedida aos funcionários administrativos numa greve de dois anos atrás.
Veja o tamanho do imbróglio no Cefet: sem reajuste, com o movimento atribuindo culpa ao executivo ou ao judiciário vai ser fácil convencer até mesmo aqueles que já consideravam o absurdo do tamanho da paralisação, de que é necessário o final do movimento. A tendência é com a decisão do TSE o movimento voltar a ganhar um gás que já estava se extinguindo.
Mais e pior: o outro lado, o mais importante, os alunos? Só para o leitor deste blog ter uma idéia do caos que já é a atual situação analise: se pegarmos, o intervalo entre 22 de junho de 2005 até hoje, 21 de junho de 2006, os docentes, por conta das duas últimas greves, inclusive a vigente, os docentes trabalharam em torno de 130 dias. Se aprofundarmos a análise e considerarmos que os professores cumprem suas cargas horárias em menos da metade da semana, pode-se concluir que os docentes, neste período de um ano (365 dias) trabalharam realmente, pouco mais que 60 dias.
Imagine começar o primeiro semestre de 2006 no mês de julho, ou seja, quando se estaria iniciando o segundo semestre do ano? Reposições? Pior, no caso do Cefet nem todos os cursos são semestrais, como é o caso do ensino médio que tem um regime seriado anual como em toda e qualquer escola. Isto impede a hipótese, que também seria absurda, da perda do semestre, porque se esta hipótese for reconhecida, como interpretaríamos as reposições que justificam os salários recebidos? A situação é ainda mais complicada quando identificamos que alunos estão perdendo oportunidades de emprego, prazos para inscrição em vestibulares, férias, qualidade das aulas em períodos não normais...
Todo este caso, talvez sirva para uma vez refletir sobre a forma de se encaminhar este movimento reivindicatório. Os pleitos mesmo que justos têm conseqüências drásticas demais para a instituição e para a sociedade e sem as duas, movimento nenhum tem força.
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