Da. Maria da Glória ou Glorinha, 75 anos, pertencente a uma das 35 famílias de moradores da Fazenda Machadinha localizada em Quissamã. Por lá descendentes de escravos até a sexta geração habita o complexo arquitetônico tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional. Da. Glorinha nascida e criada em Machadinha, de lá só se ausentou, quando esteve num período no Rio de Janeiro, na casa de parentes em Jacarepaguá para tratar a saúde. Adora contar a história dos seus antepassados e é extremamente gentil com os que a interpelam.
Na foto, Da. Glorinha está numa das senzalas que estão sendo recuperadas pela prefeitura que também articula um projeto de geração de renda com atração turística que engloba a preservação da memória dos quilombolas, de danças, culinária e outras tradições desta comunidade.
Por lá, pude ver os afrodescendentes preparando: “Capitão de Feijão” que é um bolinho de tutu de feijão com coco e “Mulato velho” que é um caldo feito com bagre no sal preso (salgado) e cozido no feijão com abóbora que estavam sendo levados para ser degustado na Exposição agropecuária de Quissamã. Delícia é pouco para traduzir o sabor caseiro das guloseimas que, embora, tivesse visto a sua produção na cozinha e no quintal das senzalas só pude saboreá-las na exposição. De lá não saímos enquanto os quitutes não foram servidos.
Na Fazenda Machadinha há ainda um casarão em ruínas (Casa Grande) que junto com as senzalas formam os vários atrativos históricos e culturais da cidade da localidade que guarda sua fé desde 1833 na capela do Patrocínio lá construída.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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