“A criança nasce com a imaginação e o conhecimento a zero quilômetro. A imaginação (vale dizer, a criatividade) passa então a ter um crescimento intuitivo. Por força da Natureza, entre os 6 e os 8 anos a criança tem, logicamente, mais imaginação do que conhecimento. Depois começa a freqüentar a escola e, na meia idade, as duas linhas se cruzam, indo para o brejo a linha da imaginação. O homem comum é assim: à medida que vai crescendo seu poder de julgamento e de juízo, a linha da imaginação vai descendo e subindo a do conhecimento.
Em um ponto da infância, o menino conta a seu tio: "Tio, vi uma trombada de um submarino com um trator!". Na verdade, submarino não tromba com trator. É que a criança tem imaginação, mas não lógica. Na idade adulta, uma pessoa jamais diria uma coisa dessas, visto que caminha e pensa pelos fatos.
Não cultivar a imaginação e a criatividade é um crime. É possível que, nesse ponto, encontre-se uma ascensorista – profissional que nunca ouve uma história inteira, que não pode fazer greve porque a máquina anda do mesmo jeito; sobre quem as fábricas de elevadores pensam que tem um bumbum de 12 x 12 centímetros, e que passa seis horas seguidas fechada dentro de uma caixa de lata.”
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