Assim que chegou ao Brasil, para dar início à construção de uma nova fábrica, um repórter perguntou ao presidente da Honda: "Quantos empregos o senhor vai gerar?" Resposta: "O senhor está enganado, amigo: eu não gero empregos, eu fabrico Honda". Esta nova fase do capitalismo globalizado é de uma crueldade enorme, não há dúvidas. "Não me dêem essa responsabilidade! Eu não quero vir para o Brasil com a responsabilidade de fabricar emprego. Venho aqui para cumprir minha missão de fazer carros. Por acaso vamos precisar de pessoas também, junto com as máquinas", deve ter pensado o executivo japonês.
Bom que os membros do Conselho Gestor do Fundecam reflitam sobre isto. O papel do gestor é diferente daquele exercido pelo empreendedor que, por mais cidadão e comprometimento que seja com as causas cidadãs, terá sempre interesse distinto no interior das comunidades, dos municípios, estados ou países em que instalem seus negócios.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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