O público de uma maneira geral tem dificuldade para entender porque um candidato, às vezes, com metade dos votos, consegue se eleger, enquanto seu concorrente, com o dobro e até o triplo dos votos, não chega lá. O ápice deste caso, em termos nacionais, aconteceu na eleição passada no estado de São Paulo, quando o médico Enéas, do Prona, com mais de 1,5 milhão de votos se elegeu deputado federal, levando consigo mais cinco companheiros de partido, sendo que alguns deles, tiveram pouco mais de duzentos votos.
Aqui na região, o caso mais conhecido aconteceu na primeira eleição de Carapebus. Uma candidata a vereadora, com apenas três votos foi puxada pela coligação da sua legenda e se tornou vereadora.
Vou tentar mostrar como se faz esta conta no caso dos deputados federais. No Estado do Rio de Janeiro são 46 os eleitos. Na conta entra apenas os votos chamados válidos que são aqueles dados aos candidatos e aos partidos tirando desta conta os votos nulos e brancos. Pega-se, o total de votos válidos e divide-se pelo número de cadeiras que o estado tem.
Vamos por exemplo, considerar que em nosso estado se chegasse ao número de 4,6 milhões de votos válidos. Para obter o quociente, divide-se este número pelo número de vagas em disputa, sendo assim teríamos: 4,6 milhões votos válidos / 46 vagas = 100 mil votos para um partido ou coligação ter direito a eleger um deputado federal. As vagas que restarem desta conta são divididas pelas sobras dos números exatos, oferecendo paulatinamente para o partido que tiver a maior sobra. O objetivo deste critério, que muitos questionam se ele é atingido, é o de favorecer o partido em detrimento do candidato individual.
Os analistas fizeram estas contas, ou melhor, as projeções, para saber qual deve ser o quociente eleitoral para o partido ou coligação eleger um dos 46 deputados federais e os 70 deputados estaduais no estado do Rio de Janeiro. O resultado foi uma previsão de que serão necessários, em torno de 185 mil votos, para eleger um federal e 115 mil para eleger um deputado estadual. Aguardemos 1 de outubro para conferir estas projeções.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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