Os jornais locais trazem hoje a informação que o Itaú ofereceu R$ 10 milhões para ficar com a conta salário da prefeitura. Este blog há algum tempo toca neste assunto do interesse dos bancos em pagar por este negócio. Primeiro foi em 29 de maio quando este blog informou que as negociações sobre este valor estariam em andamento. A nota tinha o seguinte título: “Bancos fazem ofertas extraordinárias”. Na época o blog já chamava a atenção para a necessidade de oficializar esta negociação através de um leilão.
Em 13 de julho outra nota deste blog: “Quanto está rolando para o banco ter a conta da prefeitura?” Nela foi reproduzida a informação do Jornal do Commercio:
“Com lance de R$ 336 milhões, o Santander Banespa foi o vencedor do leilão realizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro para a escolha da instituição que terá exclusividade na folha de pagamento dos servidores municipais. O lance mínimo era de R$ 150 milhões. Com a administração indireta, o valor a ser pago pelo Santander subirá para R$ 365 milhões. O contrato é de 60 meses e o movimento mensal das contas dos servidores ativos e inativos deve levar ao banco anualmente pelo menos R$ 2,348 bilhões, o valor da folha no ano passado”.
No dia 21 de setembro este blog postou outra nota com o seguinte título: “Conta bilionária da prefeitura” com uma nova informação:
“A prefeitura de Niterói com um orçamento, que é aproximadamente a metade do nosso, está fazendo um leilão para os bancos interessados na sua conta-salário cujo lance mínimo é de R$ 16,2 milhões”.
Diante disto, as indagações do blog são:
1) Por que este valor foi definido sem uma licitação pública e oficial?
2) Quais os parâmetros usados para se aceitar um valor, em torno de 60% menor do que o da prefeitura de Niterói, quando a nossa folha de pagamento é praticamente o dobro daquele município?
Se fosse usada a mesma proporção e critérios de Niterói, o valor, que o Itaú ou o banco ganhador deveria bancar, seria de aproximadamente: R$ 30 milhões – o triplo do que foi aqui acordado - como este blog, já estimara na nota do dia 13 de julho.
Se a comparação fosse com o valor pago pelos bancos, ao município do Rio de Janeiro, a quantia seria ainda maior. Por lá, a conta salário, é de R$ 2,3 bilhões anuais. Aqui, beira os R$ 800 milhões, ou um terço do Rio. Lá o banco Santander ofereceu R$ 365 milhões. Aqui o Itaú ofereceu a bagatela de R$ 10 milhões. Você tire suas conclusões e este blog faz uma última pergunta: haveria explicações para a falta de transparência nestas negociações?
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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