Quem gosta de futebol sabe como surge uma simpatia ou antipatia por um time. Não falo do time que a gente escolhe ou nos ensinam a torcer. Refiro-me aos outros. Esta história ajuda a explicar porque fiquei alegre com a vitória do Internacional hoje. Pirraça ao Grêmio seu maior rival. Sabe como?
Por volta de 1996 ou 1997 estando em Porto Alegre, para um seminário sobre educação profissionalizante representando o Cefet vi pelos jornais e pela TV, que na quinta-feira à noite haveria no estádio Olímpico do Grêmio, um importante jogo, acho que uma semifinal da Copa Brasil, em que o time da casa jogaria contra o São Paulo.
Conseguimos o ingresso e fomos. Chegamos atrasados, o jogo havia começado às oito da noite. Na verdade nunca fui fã do Grêmio e lá vi de perto, o que muitos já falavam, que se tratava de um time de torcida elitizada, besta, etc. e tal, o que pode ser também, apenas bronca de rubro-negro. Sem torcer por nenhum dos dois vi o Grêmio vencer de um a zero, com um gol aos trinta e cinco do segundo tempo.
Até aí uma noite bonita e um belo espetáculo de futebol em majestoso estádio, que havia recebido um enorme público, que imaginei, como, próximo do seu limite máximo. A saída do estádio foi um sufoco, nada de táxi ou ônibus. Ficamos quase uma hora no ponto, aguardando o alvoroço passar junto com o táxi que nos levaria de volta ao hotel.
Nesta longa espera vimos centenas de carros com as bandeiras azuis e pretas sendo balançada das janelas dos carros. O problema era que os fanáticos torcedores ao verem eu e meu parceiro Nelson Bagueira quietos aguardando táxi, os gremistas nos consideravam torcedores adversários e daí para a agressão, não custava nada e assim ouvíamos: colorado filho da p., colorado... etc.
Como torcedor compreendo perfeitamente estes arroubos sem maiores problemas, da mesma forma, que sem maiores problemas passei a desejar sorte ao Internacional em qualquer coisa que pudesse ser ruim ao Grêmio, inclusive à conquista de hoje quando o Inter tirou do Grêmio a supremacia de um título que eles conquistaram em 1983, mesmo sabendo que nos pontos de ônibus hoje, em Porto Alegre qualquer torcedor silenciado deve estar sendo chamado de gremista f. da p. O fato de Abel ter vestido, em 1984 a camisa do Goyta foi apenas, um complemento nesta antiga história.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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