Sérgio Cabral, desde o dia em que se elegeu no segundo turno, ou melhor, desde o início da campanha eleitoral, em maio do ano passado, já demonstrava divergências, na forma de governar o estado.
Cabral falou em discursos que, na época eram consideradas promessas eleitorais, que pretendia dar uma guinada administrativa e conversar administrativamente com os outros níveis de governo, para cima, com o presidente e para baixo com os prefeitos, todos desde a capital até o interior.
Para quem se recorda disto, não pode haver surpresas, com suas primeiras medidas. Pela coalizão política que precisou construir, para ganhar a eleição no segundo turno, também não pode haver surpresas, com a amplitude do arco amplo de auxiliares que recrutou para colocar em prática o prometido.
Neste sentido, ele tem encontrado e se deparado com problemas graves, para além do esperado e, a partir deles, tem feito uma leitura, de que no cerne da maioria destes problemas está a politização excessiva, da máquina pública a serviço de um projeto político. A meu ver, ele acerta ao dizer que não tem ambições maiores do que governar bem o seu estado. Ao falar desta forma, se obtiver resultados administrativos que espera até pode vir a atingir, algo que diz não almejar.
Na verdade, Cabral não tem se desfeito de nenhum apoio político que recebeu, mas não pretende abandonar a linha que traçou e na prática, o que ocorre é que aquilo que pretende fazer é quase que diametralmente oposto, à estratégia da que o casal adotou, nos oito anos de governo.
Cabral não vai brigar com Garotinho. Não tem porque fazê-lo. O que está fazendo é que, aponta para caminho diverso dos Garotinhos, o que naturalmente levará o casal a brigar com ele. Garotinho vai fazer isto alegando desconsideração e se fazendo de vítima, mas não terá outra alternativa, porque, na medida que Cabral avance pelo caminho, até aqui adotado, ele poderá ser a alternativa que Garotinho sonhou e não conseguiu. Acompanhe os fatos e confira!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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