O leitor e parceiro deste blog, Marcos Salomão, postou um comentário abaixo sobre a nota em que este blog levanta algumas questões sobre os resíduos despejados no rio Muriaé. As informações são muito interessantes e por isto este blog julgou interessante trazer aqui para ser mais amplamente conhecida e analisada.
1)A lama despejada no rio Muriaé é ou não tóxica?
R: A principio trata-se de um efluente inerte, derivado da lavagem do minério da bauxita, formado por minerais como silicatos, óxidos de ferro e hidróxidos de alumínio, com baixa reatividade (inerte).
2) Se não é por que precisava de um reservatório?
R: Um material não precisa ser tóxico para causar dano ambiental. Por exemplo, a areia carreada aos rios pela erosão dos solos provoca o assoreamento dos rios. Rios não podem ser tratados como receptadores naturais de lixo. Tanto os efluentes domésticos quanto os industriais devem sofrer tratamento adequado antes de serem lançados nos ecossistemas aquáticos.
3)Por que os carros-pipa para abastecer as cidades imediatamente atingidas?
R: Provavelmente por precaução. Acho que nem Minas nem o Rio tem mapeado/cadastrado todas as indústrias que lançam efluentes no rio Paraíba do Sul. A fiscalização também é precária, o que impede a garantia da qualidade dos dejetos que foram lançados no rio. Por isso deverão ser feitas análises preliminares no material para a certificação da ausência de riscos.
Outra provável razão é que esse material é formado por argilas com o tamanho das partículas muito pequeno. A água no rio Muriaé deve estar muito enriquecida dessas partículas, o que provavelmente dificulta o processo convencional de tratamento da água para o abastecimento.
4)"... mais um grande dano ambiental produzido, por uma empresa mineira com conseqüências para o estado do Rio de Janeiro." Comentário meu: A situação dos órgãos ambientais do RJ não devem diferir muito da dos mineiros. A FEEMA pelo que sei nuca fez um concurso publico para contratação de pessoal especializado.
Gostaria de saber onde está o Comitê da Bacia do Rio Paraíba do Sul. A região nossa não tem representante neste colegiado. O comitê é que decide onde serão alocados os recursos gerados pela cobrança do uso da água. Sem um assento neste comitê vai ser difícil eles olharem pela região inferior da bacia!
Um abraço, Marcos Salomão
Nenhum comentário:
Postar um comentário