Ao passar alguns dias no Rio de Janeiro acabei precisando usar um orelhão para falar com um celular. Descobri aí que sumiram com uma grande parte deles e outra, simplesmente não funciona. Neste momento dei conta de que, depois dos telefones móveis apelidados de celulares, os orelhões que foram os precursores desta idéia da mobilidade e simultaneamente da inclusão nas comunicações, daquela parte da população excluída dos telefones residenciais, simplesmente estão sendo deixados de lado.
Imagino que as concessionárias se questionadas vão vir com a repetida cantilena da depredação. Acredito que a Anatel há muito deixou de lado esta fiscalização. O problema é que a conseqüência disso é os usos indiscriminados dos celulares, cujas ligações são muito mais caras. É por essa e outras que o Brasil é um dos países do mundo em que os telefones móveis tiveram, uma das maiores coberturas por habitante do mundo. Não sou contra o lucro, mas numa democracia madura e num capitalismo na selvagem isto precisa ter controle das agências ditas reguladoras e também, diretamente da sociedade. Antes de terminar lembrei-me de aproveitar para perguntar: cadê a idéia do orelhão com terminal de acesso a internet?
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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