65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
terça-feira, janeiro 23, 2007
A verdade
Como Nasrudin criou a verdade
- As leis não fazem com que as pessoas fiquem melhores – disse Nasrudin ao rei. – Elas precisam, antes, praticar certas coisas de maneira a entrar em sintonia com a verdade interior, que se assemelha apenas levemente à verdade aparente.
O rei, no entanto, decidiu que ele poderia, sim, fazer com que as pessoas observassem a verdade, que poderia fazê-las observar a autenticidade – e assim o faria.
O acesso a sua cidade dava-se através de uma ponte. Sobre ela o rei ordenou que fosse construída uma forca.
Quando os portões foram abertos, na alvorada do dia seguinte, o chefe da guarda estava a postos na frente de um pelotão para testar todos os que por ali passassem. Um edital fora imediatamente publicado: “Todos serão interrogados. Aquele que falar a verdade terá seu ingresso na cidade permitido. Caso minta, será enforcado.”
Nasrudin, na ponte entre alguns populares, deu um passo à frente e começou a cruzar a ponte.
- Onde o senhor pensa que vai? – perguntou o chefe da guarda.
- Estou a caminho da forca – respondeu Nasrudin, calmamente.
- Não acredito no que está dizendo!
- Muito bem, se eu estiver mentindo, pode me enforcar.
- Mas se o enforcarmos por mentir, faremos com que aquilo que disse seja verdade!
- Isso mesmo – respondeu Nassrudin, sentindo-se vitorioso. – Agora vocês já sabem o que é a verdade: é apenas a sua verdade.
Conto turco de Khawajah Nasr Al-Din do século XIV, traduzido por Alves Moreira em, “Os Grandes Contos Populares do Mundo” organização de Flávio Moreira da Costa, Ediouro, 2005.
PS.: Em homenagem ao amigo Dr. Luiz Ribeiro Gomes Júnior.
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