Voto de agradecimento pelo emprego do trisavô
Antigamente a herança de votos era algo que só os grotões dos coronéis produziam. De uma década para cá, a moda se alastrou e até os estados da região sudeste e sul vêm produzindo, cada vez mais a profissão hereditária dos políticos.
Acho que o eleitor deveria ser mais seleto na sua escolha. E neste caso, na possibilidade do eleitor pensar em entregar o seu voto a alguém que pretende um cargo pela via da hereditariedade, questionar: será que este candidato, marido, esposa, filho, irmão, pai, cunhado, etc. é o melhor do que todos os candidatos. E mesmo, assim, no caso de uma eleição proporcional, onde se elege mais de um candidato, tentar evitar este voto.
Os jornais de hoje trazem um levantamento de que apenas, 65 membros do Congresso, nunca tiveram mandatos e que 20% dos eleitos têm relação direta de parentesco com políticos sendo que 44 deputados são filhos de políticos. A origem da informação é de um perfil detalhado da atual legislatura feito pelo bem conceituado Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
Não seria o caso de proibir o acesso, dos parentes aos cargos eletivos, para além do que já existe na lei e sim, o de estimular a mudança por parte do eleitor. Na prática a gente vê eleitores que já estão numa terceira ou quarta geração da família pagando por um emprego, um dia dado ao seu trisavô. O estado é de todos e não de algumas famílias. Faça uma análise e veja aqui e em municípios vizinhos, ou mesmo, no estado a realidade desta farra.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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