Aqui na TV O Dia o debate simultaneamente no auditório da Petrobras no Rio de Janeiro e no Cefet em Campos.
Atualização 11:20: Neste momento fala José Pessoa grupo proprietário da Usina Santa Cruz em Campos.
Atualização11:30
José Pessoa:
"A estrutura fundiária precisa passar por uma modificação, modernização, fomento creditício e tecnológico para apoiar a mecanização que fica inviável para os pequenos produtores. A saída é montar duas cooperativas para facilitar o acesso à mecanização e com isso ganhar viabilidade econômica e facilidades de comercialização. É preciso baratear a produção, evitar o intermediário para a matéria-prima não chegar com preços inviáveis à indústria. O governo deve ajudar nesta formação das cooperativas. Ele disse também que falta infra-estrutura para escoamento da produção."
Agora fala Luiz Eduardo Crespo da Asflucan.
Atualizado 11:40:
Luiz Eduardo Crespo da Asflucan ressaltou a realidade fundiária e dos produtores locais que precisa ser apoiado para usar esta potencialidade a favor da região.
Frederico Paes presidente da Coagro:
"A nossa região tem 9 mil produtores de cana e 5.700 estão na nossa cooperativa, a Coagro. A Coagro é exemplo único ao nível de Brasil, onde os produtores gerem diretamente uma usina arrendada desde 2002 em Campos. Foi a forma de comercializar a produção e industrializar diretamente. Defendo investimentos e arguo que a Petrobras possa retornar não só através de royalties, mas de investimentos a riqueza aqui extraída. O Dr. Paulo Roberto Costa disse em uma entrevista no domingo a um jornal do Rio que a Petrobras investiria mais de R$ 2 bilhões em construção de usinas. Aqui já temos a usina, teremos um porto que poderá exportar álcool. Acho que é dever da Petrobrás nos ajudar. Sugiro que se crie um Comitê, com as associações produtoras, com as usinas para criar projetos de desenvolvimento regional junto dos governos municipais e da Petrobras. Peço que a Petrobras olhe com carinho a região."
Agora o Luiz Mário Concebida fala sobre o Funceam a pedido do Luiz Nassif.
Atualizado 11:50:
Luiz Mário Concebida do Fundecam:
"O Fundecam está desde 2002/2003 e hoje já tem 60 projetos industriais desde 2003 entre eles, os do setor sucro-alcooleiro. O solvente verde pela HC Indústria junto à usina Sapucaia é um deles e agora o município resolveu apoiar os produtores, através de um novo programa semelhante ao primeiro, mas voltado para o agricultor, o Fundecana. Queremos uniformizar a lavoura para aumentar a produtividade. Este ano serão R$ 10 milhões e outros R$ 10 milhões nos próximos três anos que ao serem devolvidos possam otimizar o fornecedor. Imaginamos que o valor total possa chegar a um apoio de até R$ 70 milhões. O dinheiro emprestado terá três anos de carência e cinco anos para pagar."
José Pessoa:
"José Pessoa disse que tem o projeto de mais uma unidade para o estado do Rio de Janeiro, mas a prioridade número um está voltada, para a produção agrícola. Sem ela não terá investimento em unidades industriais. Algumas usinas que fecharam, as terras delas não estão produzindo. É preciso ocupar estas terras, plantar e aí sim com cana disponível teremos necessidade de implantar novas unidades industriais."
Atualizado 11:55:
Observação:
Há uma clara intenção dos investidores de colocar na questão fundiária o problema que atravanca as nossas potencialidades.
PS.: Agora novo painel cujo tema será sustentabilidade econômica, ambiental e social. Vicente Oliveira da Unidade de Pesquisa Ambiental do Cefet Campos. José Luiz da Uff em Campos e Geraldo Coutinho da Firjan no Rio de Janeiro.
Atualizado 12:10:
Vicente Oliveira do Cefet Campos:
"As novas iniciativas do Cefet Campos nesta linha são: o mestrado em Engenharia Ambiental, o curso de Tecnologia em nível superior em Produção Agrícola que será renovado para a uma vertente maior para a Agroindústria, com preocupações de sustentabilidade ambiental. Além disso, o Núcleo de Pesquisas Ambientais terá um importante papel nesta linha de pesquisas em impactos ambientais dos atuais e futuros empreendimentos."
José Luiz da Uff:
"A Uff quer continuar a analisar as condições e relações de trabalho do setor sucro-alcooleiro na região que precisa superar problemas históricos. Antes o problema era o bóia-fria e o trabalhador sem carteira assinada. Agora se continua a ter problemas como a incidência daquilo que o Ministério do Trabalho chama de, condições de trabalho análogas ao trabalho escravo. Baseio-me, por exemplo, na exigência de corte que antes era de 4 a 6 toneladas por trabalhador, onde alguns campeões chegavam até 8 ou 9 por trabalhador. Hoje esta exigência fica entre 12 e 17 toneladas. Sendo que alguns, que são trabalhadores campeões a até 20 toneladas. A ausência do controle do processo de trabalho, para que o trabalhador saiba o quanto deverá ganhar. Há exemplos de unidades produtivas que desenvolvem o que podemos chamar, de boas práticas, que levem em conta, não só os processos e a tecnologia do trabalho, mas também as necessidades e os direitos do trabalhador."
Atualizado 12:26:
Geraldo Firjan da Firjan:
"Pela primeira vez vejo um debate mais profundo em que a questão regional do setor é ampliada com a discussão da potencialidade desta região. Isto me dá um imenso prazer. A Firjan e o Senai estão respondendo às demandas formando pessoal, para o atendimento do grupo MMX que está implantando o porto em São João da Barra até cursos para as indústrias já instaladas."
Luis Nassif antes de sair da coordenação do debate para se dirigir a Brasília faz duas interessantes observações:
"A Certificação Social e Trabalhista “é o lado bom da globalização, porque sem isso não se consegue exportar”. Por isso, não se pode considerar esta como uma questão menor."
"Pela primeira vez, desde que me conheço como jornalista econômico, vejo uma articulação com um jornal ajudando a fazer a reconstrução entre diversos setores que se complementam na atuação e no desenvolvimento de um programa. A Petrobras, universidades, fomento com fundos municipais, empresários, etc. Antes do IAA fazia isso, agora as partes vão ter que negociar, negociar e negociar. Se uma das partes falhar, as demais poderão tocar o programa adiante."
Atualizado às 12:55:
Mozart Schmitt de Queiroz – Gerente Executivo de Desenvolvimento Energético da Área de Gás & Energia da Petrobras
Compara produtividade de energia produzida com cana-de-açúcar (renovável) com a produtividade com extração de barris de petróleo. Ao analisar a sustentabilidade econômica, ele julga ser possível com avanços tecnológicos, compensar a questão fundiária e a baixa produtividade. Otimizar a produção com co-geração de energia, uso do bagaço, etc. Sobre a questão trabalhista vê que se deve evitar a utilização de mão de obra temporária. Para isso poderia a força de trabalho deveria ser baseada na agricultura familiar usando o próprio produtor como mão de obra como se faz, por exemplo, com uma cooperativa. Há exemplos disso no Rio Grande do Sul onde uma cooperativa controla estes acordos entre produção familiar, industrialização e comercialização no momento adequado para maiores ganhos do próprio produtor.
Geraldo Coutinho da Firjan:
"Em Campos precisamos vencer a inércia que traz a desesperança e o descrédito entre produtores da nossa região. Nós podemos e temos responsabilidade, trabalhistas, ambiental, agrária, etc. Lá há responsabilidade social, mas isto não se redunda em responsabilidade social do setor produtivo. Sem um balanço contábil favorável nada pode ser feito, Por isso lá há que se reformar o modelo produtivo, dos micro-produtores."
"Falar de consórcios de cultura na região é prematuro. Há sim que se falar em consórcio de produtores. Em Campos não se aplica o capitalismo na sua essência como produção de escala por conta da realidade fundiária. Porém, não há que se ver isso como um problema instransponível. Há que se usar os artifícios da organização de produtores de cooperativas, de consórcios para se juntar para vencer as dificuldades."
"É preciso re-conceituar a monocultura. Monocultura para mim é quando há o domínio de latifúndios imensos como no Brasil só ocorre no centro-oeste. Em Campos não temos monocultura. Temos a melhor cultura com 7 mil produtores tirando de lá o seu sustento. O feijão, o arroz, a fruticultura e nada disso, se desenvolveu como cultura consorciada à cana. Na questão da soja, o problema é de escala. Com a estrutura fundiária local, não há como se pensar em consorciamento de outras culturas e sim de produtores para otimizar produção na lavoura."
"Quanto à mão-de-obra quero dizer, que não pode considerar uma notificação do fiscal ou uma denúncia, como a interpretação de que isto é uma ocorrência verdadeira. Estamos melhorando estas questões aos poucos. O final da queima da cana-de-açúcar virá muito antes do que se pensa e não por imposição legal. A cana só é queimada para facilitar o corte para o trabalhador. Cada tonelada de cana consome 220 kg de CO2. Este valor seria ainda maior se pudéssemos deixar de queimar a cana para realizar o seu corte. Precisa-se também melhorar a infra-estrutura de logística entre outras coisas para que o tripé da sustentabilidade econômica, ambiental e social ocorra."
Agora no último bloco estão participando do debate:
Renata Bezerra Cavalcanti – Subsecretária de Estado de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial;
Alberto Messias Mofati – Sub-Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento .
Atualizado 13:10:
Nos últimos instantes do seminário que já caminha para o encerramento foi veiculado, um vídeo, com uma mensagem do governador Sérgio Cabral. Nele, o governador falou do papel e do interesse do governo estado em ajudar a articular e fomentar para que o potencial do setor possa efetivamente se viabilizar a produção do etanol na região e no estado.
Paulo Fraga do jornal O Dia, como novo mediador no lugar de Luiz Nassif:
Este evento mostra que o esforço para apoiar o setor é válido. O jornal O Dia que já edita o caderno Rio Rural há muito tempo já tem esta preocupação.Vimos que o tema é complexo e merece o esforço dos diversos setores envolvidos. Parabenizo a Petrobras que permitiu ter um evento desta qualidade. Agradeço em nome do grupo Ari de Carvalho, do jornal O Dia a todos que participaram no Rio e em Campos. Campos, a partir de hoje, está inserido na globalização e em todos os eventos que realizarmos daqui para frente.
PS.: As transmissões foram uma iniciativa da TV Corporativa da Petrobras e da TV O Dia.
Comentário do blog:
As exposições e os interesses das partes ficaram tão claros que quase dispensam detalhamento. Ainda assim, este blog provoca a discussão e voltará a tratar do assunto se provocado.
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