O site da prefeitura de Campos informou ontem, que o programa ProCampos (ex-Probo) aumentou duas mil bolsas a universitários das nove instituições não públicas e privadas, que ministram ensino superior em Campos, em relação ao que foi concedido no ano passado.
Embora já estejamos, praticamente no segundo semestre, só agora a saiu decisão que concedeu 8.500 bolsas com valores variando de 10% a 90%, de um total de 9.500 requerimentos feitos por universitários.
Bom que esta informação finalmente seja liberada. Porém, ela é insuficiente. A sociedade tem o direito de saber quais critérios “sócio-econômicos” foram analisados para esta definição. Em segundo lugar está errado a prefeitura determinar “que os alunos inscritos devem procurar se informar diretamente na sua faculdade de origem” para tomar conhecimento da resposta ao seu requerimento. É dever da prefeitura, por se tratar de recursos públicos dar publicidade ampla e irrestrita das suas decisões. Neste caso, não só informando ao aluno interessado, mas a sociedade que está bancando tal concessão, saber também quem são estes alunos (nome e cpf) e qual o percentual de bolsas que receberam.
Além disso, a sociedade tem o direito de saber, quanto de bolsa vai ser bancado por instituição, assim como o valor total que o referido programa receberá do orçamento público.
Além das informações que a sociedade tem o direito de ter proponho uma reflexão: 8.500 estudantes universitários amparados por um programa municipal sem contrapartidas? O cidadão pobre que se candidata ao “bolsa família” em valor em torno de R$ 50 ou R$ 75 tem obrigação de manter o filho pequeno na escola, garantir-lhes a aplicação da relação de vacinas, enquanto, um estudante de medicina que pode chegar a receber de bolsa mais de R$ 5 mil por ano com esta bolsa não tem obrigação nenhuma?
PS.: A referência do exemplo se deve ao fato de, sabidamente ter o curso de medicina, o maior custo entre as diversas graduações atendidas pelo programa.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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Um comentário:
Caro roberto.
Como quase tudo na política e, principalmente aqui em campos, as ações são frutos de pessoas despreparadas para administrar e/ou com outras intenções.
Qual seria o único motivo de não se abrir claramente para a população essa questão das bolsas?
A resposta é uma só, favoritismo para ambos os lados.
Basta!
Rogério
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