Apenas uma opinião ainda, assim, sem uma análise mais profunda que uma decisão como esta mereceria, mas acho que a UcamCampos deveria abrir um diálogo franco, aberto com seus alunos, professores e pesquisadores mostrando a situação atual. Reafirmar a importância, da pesquisa e da extensão como forma de uma instituição de qualidade se sustentar, porque sem estas duas pernas do tripé, o ensino tende a ser burocrático e rapidamente ultrapassado, além de não ter vida, não possuir a vibração que só a descoberta dos estudos, das pesquisas ou os trabalhos de extensão vividos junto com parceiros e setores da comunidade propiciam. As universidades que têm o lucro como meta, mesmo que disfarçada, fazem um enorme esforço, para evitar dividir a parcela do lucro com estas atividades.
A UcamCampos aproveitando esta oportunidade pode expor de maneira aberta e franca o que propõe no seu projeto institucional no ensino, pesquisa e extensão. Poderiam até abrir informações mais gerais da sua situação financeira e a relação que as bolsas universitárias representam em relação ao todo. O malfadado secretário agora, para confundir já diz que as bolsas atingem um patamar de R$ 1 milhão mensal. A universidade pode até expor - se for o caso, não sou profesor da casa enão conheço sua realidade - que as bolsas do ProCampos atendem mais aos alunos do que à universidade, mas que fundamentalmente não pretende se vender ao novo senhor das plataformas.
Penso que se a Ucam-Campos montar uma estratégia negociada internamente, poderá sair com uma jogada de mestre, quem sabe até usando o caso atual como marketing da sua credibilidade e autonomia. O ônus, quem sabe até dividido entre professores e alunos? Seria manchete nacional! Sei que decisão como esta não pode ser tomada num arroubo de irritação, mas não pode ser descartada como oportunidade.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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