A revista Veja parece ter abandonado, pelo menos temporariamente, sua sanha de publicação, apenas de oposição ao governo Lula e foi mais fundo na investigação para elaborar sua matéria de capa, na edição deste final de semana, sobre o acidente da TAM.
Apesar de discordar da sua análise que disse que o acidente foi culpa do piloto, a informação de que um erro de operação da aeronave causou a tragédia, como engenheiro de segurança do trabalho eu aprendi que um erro deste tipo, quase sempre, tem origem provavelmente em fatores que precisam ainda de maiores investigações como: falta de treinamento, cansaço do piloto, erro de projeto e programação do sistema de operação que deveria chamar a atenção do piloto, etc.
Porém, as informações da matéria tiram o foco, daquilo que a mídia e a opinião pública vinham considerando como a principal responsável pelo acidente a pista do aeroporto. Em que pese ser incontestável as limitações do aeroporto o que se depreende é que ele não causou o acidente, no máximo, aumentou suas conseqüências.
Veja o trecho mais importante da matéria:
“As informações já obtidas por meio da análise das caixas-pretas do Airbus A320 da TAM – que no último dia 17 se chocou contra um prédio da companhia, causando a morte de 199 pessoas – indicam que o avião, ao pousar, não conseguiu desacelerar o suficiente por causa de um erro do comandante do vôo. Essas informações, ainda mantidas em sigilo pela comissão da Aeronáutica que investiga o acidente, mostram que uma das duas alavancas que regulam o funcionamento das turbinas, chamadas de manetes, estava fora de posição quando o avião tocou a pista principal do Aeroporto de Congonhas. O erro fez com que as turbinas do Airbus funcionassem em sentidos opostos: enquanto a esquerda ajudava o avião a frear, como era desejado, a direita o fazia acelerar. Com isso, o avião, que pousou a cerca de 240 quilômetros por hora, não conseguiu parar.”
Veja mais detalhes aqui:
Atualizado às 12:40:
Mais um trecho importante da reportagem:
"A Airbus, fabricante do A320, emitiu na terça-feira um comunicado mundial para seus clientes relembrando os procedimentos técnicos para aterrissagem com um dos reversos travado. A medida foi tomada cinco dias depois do início da análise das caixas-pretas do avião acidentado – trabalho que representantes da empresa acompanharam. Causa curiosidade o fato de um mesmo erro ter sido a causa de três acidentes, ao longo de uma década, sem que a empresa fizesse modificações substanciais nos equipamentos. A Aviation Safety Council, uma agência independente de Taiwan criada para investigar e prevenir acidentes aéreos, recomendou à Airbus, depois do acidente de 2004, que melhorasse o sistema responsável por alertar os pilotos quando os manetes se encontram na posição errada. Com o acidente da TAM, presume-se que nenhuma medida eficaz foi tomada nesse sentido".
Nenhum comentário:
Postar um comentário