Há um bochicho nos bastidores de que a entidade mantenedora da rádio Educativa já solicitou de volta, o horário nobre matutino entre sete e nove horas da manhã. O motivo é a certeza de que a permanência no ar deste programa, que faz exatamente o contrário do que é educar, gera um risco enorme de perda da concessão e, ao mesmo tempo, um descrédito para a instituição de ensino, que não nada em dinheiro, mas que tem história e sempre teve garra para fazer um trabalho independente.
A dupla de piratas já teria feito oferta para nova compra de horário a duas diferentes rádios FMs locais. Consta que o valor da oferta estaria subindo porque estas emissoras estariam resistindo ao tipo de programa que fazem.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
2 comentários:
Devido ao meu trabalho não posso ouvir muito a Educativa, mas acredito que ela tenha sido uma das poucas em nossa região a conseguir uma concessão com base na idéia das rádios comunitárias (mas, se não for esse o caso não faz muita diferença nesse comentário; aliás essa questão das rádios comunitárias é um problema à parte, vide em "O coronelismo eletrônico de novo tipo", artigo do "Observatório da Imprensa", citado no Blog http://munizsouza.zip.net/ (o original está em http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=439IPB001). A verdade é que recentemente ouvi o citado programa entre sete e nove da manhã e concordo que ele sai muito da proposta original da emissora. Sem querer entrar no mérito político (ou jurídico) da questão, a Educativa tinha diante de si (ou ainda tem) uma gama imensa de possibilidades culturais / educativas e de lazer que transcendem em muito o que o programa mostra. O perfil da emissora precisa ser retomado e melhorado, abrindo espaços mais amplos para as diversas expressões culturais universais (música, literatura, teatro, cinema, saúde, política - sob um ângulo mais amplo, filosofia, meio ambiente, etc.) em benefício da população e da cidade como um todo, afinal trata-se de emissora universitária (que, como fala a postagem, "não nada em dinheiro, mas que tem história e sempre teve garra para fazer um trabalho independente"). Com certeza o referido programa haverá de conseguir espaço em outra(s) emissora(s) que tenham perfis mais adequados.
Olá Marcos,
No que diz respeito ao tipo de concessão devo lhe dizer, que as rádios educativas têm processo e legislações diferenciadas das rádios comunitárias.
As exigências, os direitos e deveres de uma rádio educativa são bem mais amplos.
Fugir deste script é subornar a legislação. Pode-se até discutir o que é educação, o que é cultura, mas qualquer que seja o conceito utilizado, ele não se aplicará a um programa "chapa branca" para defender governos.
O debate no plano nacional questiona o que é uma mídia (TV, rádio, etc.) pública. Neste caso, todas opiniões vão no sentido de considerar a necessidade de se ter instrumentos de estado para oferecer à população informação e análise e não massificação e repetição de informações e análises de governo para o controle político da sociedade. Aqui o poder do dinheiro tem comprado quase tudo.
Imagino a dificuldade de um professor e/ou aluno de uma instituição de ensino mantenedora de um curso de graduação em jornalismo mostrar e debater como se fazer um jornalismo diferenciado.
Reconheço que este problema é comum a outras instituições que graduam alunos em áreas e cursos com exemplos internos do que não deve ser feito. Porém, em alguns casos, a situação pode ser gritante!
Abs,
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