Eu era ainda pequeno, mas já gostava de ouvir rádio. Nesta época recordo-me de que na Campos Difusora fazia sucesso um disk-jóquei, que hoje viraram DJ e fazem outra coisa, Carlos Galvêas. Apresentava um programa de entretenimento, no período da tarde que era um sucesso. Tinha distribuição de brindes e participação dos ouvintes por rádio, que era uma inovação para a época, quando houve uma significativa expansão de telefones na cidade.
Nesta época não se cobrava por pulsos o que permitia um uso excessivo. Participação em programas e trotes era moda entre adolescentes. Nesta época Galvêas criou um jargão que fez sucesso. Ele estivava a palavra usada para elogiar pessoas, situações dizendo: bacaaaaaana!
Acabei de lembrando disto tudo quando pensei, no título desta nota, que na verdade quer dizer da sensação de ver os atletas para-olímpicos competindo. O esforço de superação das deficiências de diversas ordens é um verdadeiro tônico, para quem vive reclamando da vida.
Este evento, mais do que propiciar atividades e estímulo a estas pessoas que só agora começam a ter acessos a direitos antes relevados, com a chamada acessibilidade, a competição é uma verdadeira injeção de ânimos para que todos se esforcem em superar as dificuldades. Relembrando Galvêas repito: o Para-Pan é bacaaaaana!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
2 comentários:
Roberto:
Os primeiros parágrafos do seu comentário sobre o "Disk-Jóquei" Carlos Galvêas (eu me lembro dele: "A Pédida É Música") me fez lembra de um outro DJ dos anos 70, só que do Rio: Big Boy. Repassei para os amigos que fazem parte da minha lista uma pequena biografia dele, retirada da Wikipedia com pequeno comentário meu.
Reproduzo essa nota a seguir. Pode ser que algum de seus leitores se interesse pelo assunto.
Caros amigos:
Essa é para quem conheceu - ainda que superficialmente - as rádios Tamoio (ZYD 73), Mundial (860 - AM) e Eldorado (Eldopop FM, especializada em Rock Progrssivo) do Rio de Janeiro, nos anos 70.
Existiam programas musicais excelentes como "Show dos Bairros", "Musical dos Colégios", "Sua Paz Mundial",etc..
Tinha também a Rádio Jornal do Brasil (com o programa "60 Minutos de Música Contemporânea", apresentado pelo (então) jovem Sérgio Chapelin).
No início dos anos 80 surgiu (e acabou) a também ótima Fluminense FM (a "Maldita").
Em São Paulo tinha a Excelsior AM ("A Máquina do Som").
Good Times!
Marcos.
P.S.:
- Big Boy é a referência para todos os DJs que surgiram nas FMs ao longo dos últimos 30 anos, além de ser referência para os colecionadores de discos.
- Há alguns anos ouvi dizer que estavam fazendo um documentário sobre o trabalho dele, mas não soube de mais nada depois.
- Infelizmente as FMs de hoje em dia são o que vemos por aí... com raríssimas exceções. Talvez com a futura tecnologia digital as coisas voltem a melhorar.
----- Repassado -----
Esse foi um gênio ...
Big Boy, pseudônimo de Newton Alvarenga Duarte (1 de junho de 1943 - 7 de março de 1977), foi o mais importante disc jockey de sua época, responsável por uma verdadeira revolução no rádio brasileiro. Como locutor, introduziu uma linguagem jovem, mais próxima do público que o ouvia. Seu "hello crazy people!", a maneira irreverente como saudava os ouvintes, tornou-se marca registrada de um estilo próprio, descontraído, diferente da voz empostada dos locutores de então. Como programador, demonstrou extrema sensibilidade ao captar o gosto do público, observando as tendências musicais ao redor do mundo e inovando a partir de idéias que modificariam todo um sistema de programação estabelecido. Apaixonado por música desde a infância, iniciou uma coleção que chegou a 20 mil discos ainda adolescente, manifestando preferência pelo rock, o então novo ritmo americano que conquistou os jovens no mundo todo. Também costumava "peregrinar" na Rádio Tamoio do Rio de Janeiro - a rádio que apresentava a programação mais atualizada na época - procurando manter contato com os programadores e outros aficionados por rock em busca de informações e de uma oportunidade profissional - seu sonho desde então que procurou alcançar com obstinação. A oportunidade finalmente surgiu quando foi convidado para substituir um programador que entrara em férias. Assim, não hesitou em interromper a carreira de professor de geografia para tornar-se radialista. Mais tarde foi convidado para participar de uma bem-sucedida tentativa de reformulação da Rádio Mundial AM, que se tornaria a rádio de maior audiência entre o público jovem do Rio de Janeiro. Foi ali que iniciou sua atuação como DJ, ganhou o apelido de Big Boy e criou o estilo inconfundível que continua até hoje influenciando locutores - inclusive das modernas rádios FM, cujas programações muitas vezes ainda seguem os moldes de seus programas. Com sua voz alegre e postura informal, complementava as músicas que tocava com informações "quentes" sobre o mundo do disco, impondo uma dinâmica irresistível ao programa; tudo isso sem perder o jeito de fã dos artistas, o que o aproximava ainda mais dos ouvintes. Big Boy também pode ser considerado o primeiro "profissional multimídia" do show business brasileiro. Programador e radialista eclético, diversificava sua atuação mantendo como elo de ligação a paixão pela música contemporânea nos seus diversos segmentos e movimentos. Além de manter dois programas diários na Rádio Mundial, Big Boy Show e Ritmos de Boite, um na Rádio Excelsior de São Paulo e um semanal especializado em Beatles, o Cavern Club, também na Mundial, atuava como programador, colunista em diversos jornais e revistas, produtor de discos e DJ dos Bailes da Pesada, onde mantinha um contato direto com o público que gostava especialmente de soul e black music, principalmente na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em televisão, inovou ao apresentar em sua participação diária no Jornal Hoje da TV Globo, pela primeira vez, film clips com músicas de sucesso do momento. Em seu programa Papo Pop, na TV Record de SP, lançou grupos brasileiros de vanguarda. Foi também o responsável pela implantação do projeto Eldo Pop, no início das transmissões em FM no Brasil. A lendária rádio (antiga Eldorado FM), especializada em música progressiva, visava contemplar um público restrito mas altamente especializado em seu gosto musical e que encontrava ali um veículo de expressão da autêntica música de vanguarda.Ao longo de toda sua vida profissional, Big Boy continuou ampliando sua coleção. Em diversas viagens a outros países apurou seu acervo, buscando raridades como "discos piratas" de tiragens limitadíssimas. Ao morrer havia juntado cerca de 20 mil títulos, entre LPs e compactos, na maioria importados, que abrangem diversos gêneros musicais como rock, jazz, soul music, rock progressivo, musica francesa, trilhas sonoras de filmes, orquestrais, etc. Como um todo, a discoteca Big Boy constitui-se num acervo cultural importantíssimo, pois retrata vários períodos do cenário discográfico mundial e, mais do que uma coleção, trata-se da síntese do trabalho de um profissional que ousou inovar.
Morreu sufocado por um ataque de asma, num quarto de hotel em São Paulo. Uma perda irreparável!
ÍCONE DE UMA GERAÇÃO!
Fonte: Wikipedia
Olá Marcos,
Boa recordação esta do Big Boy.
É como outro programa da época falastes "Good Times".
Abs,
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