Enxugamento e qualidade nas empresas de ensino S.A.

Depois da Estácio, agora foi a vez da Universo. Objetivando reduzir cursos, a universidade, com filial também em Campos, decidiu, neste início de semestre, demitir todos os coordenadores de curso. Por enquanto, a queixa maior é dos próprios, porque foram demitidos depois de realizarem o trabalho de distribuição de horários e turmas para o segundo semestre deste ano. Sendo assim, além de perderem as gratificações pelo trabalho de coordenação ficaram sem aulas para manterem, pelo menos parte, dos seus salários. O pior é que o ato da direção da universidade não pode nem ser considerado dispensa com indenizações, porque há algum tempo, as atividades de coordenação já vinham sendo feitas através de contratos temporários de prestação de serviços. Dizem, que estas empresas de ensino, ao fazerem estas chamadas “reestruturações produtivas” em suas gestões estariam se preparando, para tentar entrar no mercado de ações (S.A.) onde o resultado esperado é sempre e exclusivamente o financeiro. Por parte dos alunos, um dos chamados “clientes” deste prestador de serviço de ensino, pode ser que, só no médio prazo, eles venham a perceber, a reduções de qualidade nos serviços contratados. Talvez, nem isto ocorra, se o objeto de seus desejos seja, não uma formação de qualidade e sim, uma simples certificação ou diplomação. Depois, a bola da avaliação do profissional fica com o outro cliente deste prestador de serviço, o mercado de trabalho. Só que aí, a universidade S.A. já embolsou a sua parte. O MEC com a sua função de regulação, onde tem atribuições como de autorização, reconhecimento, avaliação entre outros, deveria acompanhar tudo isso mais de perto, até porque, entre os itens de avaliação da universidade e dos cursos está a formação e a produção acadêmica dos coordenadores de curso. Bom que os futuros alunos destas empresas se informem sobre todo este processo antes de escolher, ou melhor, contratar estes serviços.