
Apresentado ao mestre antes de sua fala fiquei impressionado, com sua simplicidade, seu interesse em saber das coisas da nossa terra, assim como as experiências de geração de emprego e renda, como da incubadora de cooperativas do Cefet e alguns projetos e propostas da Ong Cidade 21. Nada verdade, nada inovador para ele que com os seus relatos de experiências, já nos ajudava a descobrir e buscar caminhos.
O professor e economista Paul Singer fez uma palestra simples, sem rodeios e delongas, mas sintomática, ao valorizar os aspectos da economia informal, o empreendedorismo (sem panacéias), a economia solidária, o poder das mulheres enquanto gestoras de famílias, etc.
Singer de maneira calma buscava ensinar a necessidade da academia valorizar as experiências como elementos de estudo e não o inverso: a prática como aplicação da teoria. Neste sentido defendia o pragmatismo, ao contrário de muitos de seus colegas da academia que embora menos conhecidos vivem a rebuscar sofisticações inúteis.
O atual secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e do Emprego Singer procurou, o tempo todo passar o valor daquilo que as pessoas simples fazem e constroem como meio de vida.
Agora Singer foi mais longe e meteu a mão num vespeiro que poucos arriscam sequer tratar quanto mais propor algo. Em matéria hoje, no jornal O Globo fez o que até agora ninguém havia se disposto a fazer. Na matéria “Em vez de greve, um tribunal arbitral” nosso professor que é também um ex-sindicalista, propôs que categoria como médicos, professores e motoristas de ônibus ganhem um tribunal especial formado por trabalhadores, governo e pela sociedade para decidir suas reivindicações.
Veja mais da fala de Paul Singer: “A idéia é evitar que greves nesses serviços tragam prejuízos ainda maiores à população. Proponho é que eles não possam fazer greve, mas sejam compensados com outros direitos, como o tribunal arbitral tripartite que será neutro. O representante da sociedade decide em caso de empate... Eu mesmo fui sindicalista e fiz greves. O direito de greve é importantíssimo, mas cada direito tem limites no direito dos outros. Nesse caso (dos serviços públicos), tem de substituir o direito de uma maneira a oferecer alternativas à categoria. Sou contra a greve nos serviços públicos... de médicos professores e condutores de ônibus, porque punem diretamente os pobres, que fazem uso desses serviços e têm salário menor do que esses servidores”.
Não sei se concordo integralmente com o professor e economista Paul Singer, porém digo também que até hoje, é a primeira vez que ouço posições e propostas tão claras sobre o assunto. Não sei se o tribunal proposto teria condições efetivas para funcionar e arbitrar ou se poderia se transformar, em mais uma estrutura burocrática do estado brasileiro.
Considero que esta proposta pode ser o início de um debate mais sério que deve interessar, tanto a trabalhadores destes serviços, quanto ao governo e mais especialmente à maior parcela sociedade que é aquela que mais demanda diretamente estes serviços.
O que não dá é ficar do que jeito que está, com greves infrutíferas para os trabalhadores e massacrantes para a sociedade. Temos a obrigação de discutir esta e outras propostas que venham dar luz ao problema. Finalmente, uma proposta!
Atualização em 27 de agosto 19:18:
O blog provocou o professor Hélio Gomes Filho que foi quem acompanhou praticamente toda o período em que o economista Paul Singer esteve no Cefet e ele mandou a seguinte colaboração:
"Eu conversei muito com Paul Singer, inclusive levei-o ao aeroporto e esperei junto dele o seu vôo. Só não conversamos mais porque no saguão do aeroporto estava César Benjamim, que monopolizou a conversa.
Conversamos muito sobre economia solidária. Ele autografou o primeiro livro que comprei dele e que foi uma base teórica importante para a criação da nossa incubadora. Ele também me presenteou com o seu livro mais recente na época.
Falou sobre a Secretaria Nacional de Economia Solidária, que ainda não existia devido a uma necessidade de mudança estrutural do MTb.
Falou sobre a Secretaria Nacional de Economia Solidária, que ainda não existia devido a uma necessidade de mudança estrutural do MTb.
Foi um dos encontros mais emocionantes que eu tive.
Eu já conhecia o Velhinho de longe, conhecê-lo de perto me permitiu ver uma pessoa sem vaidades, sem grandes indícios de apego material. Foi muito interessante ver a forma carinhosa com o ele falava do pessoal cooperativa que havia na incubadora que ele montou na USP.
Uma verdadeiro revolucionário. Na idade que tem poderia ficar em casa aposentado descansando. Passeia admirá-lo incondicionalmente".
Eu já conhecia o Velhinho de longe, conhecê-lo de perto me permitiu ver uma pessoa sem vaidades, sem grandes indícios de apego material. Foi muito interessante ver a forma carinhosa com o ele falava do pessoal cooperativa que havia na incubadora que ele montou na USP.
Uma verdadeiro revolucionário. Na idade que tem poderia ficar em casa aposentado descansando. Passeia admirá-lo incondicionalmente".
Hélio Gomes Filho
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