Paul Singer sempre foi uma referência para quem se dispôs a entender a reestruturação produtiva e o problema do emprego e do sub-emprego em nosso país. Conhecia-o dos livros, das entrevistas e dos artigos de jornal. Nunca havia tido a oportunidade assistir diretamente uma palestra sua. Até que, a cerca de três ou quatro anos atrás ele foi convidado a proferir uma palestra num seminário do Cefet.
Apresentado ao mestre antes de sua fala fiquei impressionado, com sua simplicidade, seu interesse em saber das coisas da nossa terra, assim como as experiências de geração de emprego e renda, como da incubadora de cooperativas do Cefet e alguns projetos e propostas da Ong Cidade 21. Nada verdade, nada inovador para ele que com os seus relatos de experiências, já nos ajudava a descobrir e buscar caminhos.
O professor e economista Paul Singer fez uma palestra simples, sem rodeios e delongas, mas sintomática, ao valorizar os aspectos da economia informal, o empreendedorismo (sem panacéias), a economia solidária, o poder das mulheres enquanto gestoras de famílias, etc.
Singer de maneira calma buscava ensinar a necessidade da academia valorizar as experiências como elementos de estudo e não o inverso: a prática como aplicação da teoria. Neste sentido defendia o pragmatismo, ao contrário de muitos de seus colegas da academia que embora menos conhecidos vivem a rebuscar sofisticações inúteis.
O atual secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e do Emprego Singer procurou, o tempo todo passar o valor daquilo que as pessoas simples fazem e constroem como meio de vida.
Agora Singer foi mais longe e meteu a mão num vespeiro que poucos arriscam sequer tratar quanto mais propor algo. Em matéria hoje, no jornal O Globo fez o que até agora ninguém havia se disposto a fazer. Na matéria “Em vez de greve, um tribunal arbitral” nosso professor que é também um ex-sindicalista, propôs que categoria como médicos, professores e motoristas de ônibus ganhem um tribunal especial formado por trabalhadores, governo e pela sociedade para decidir suas reivindicações.
Veja mais da fala de Paul Singer: “A idéia é evitar que greves nesses serviços tragam prejuízos ainda maiores à população. Proponho é que eles não possam fazer greve, mas sejam compensados com outros direitos, como o tribunal arbitral tripartite que será neutro. O representante da sociedade decide em caso de empate... Eu mesmo fui sindicalista e fiz greves. O direito de greve é importantíssimo, mas cada direito tem limites no direito dos outros. Nesse caso (dos serviços públicos), tem de substituir o direito de uma maneira a oferecer alternativas à categoria. Sou contra a greve nos serviços públicos... de médicos professores e condutores de ônibus, porque punem diretamente os pobres, que fazem uso desses serviços e têm salário menor do que esses servidores”.
Não sei se concordo integralmente com o professor e economista Paul Singer, porém digo também que até hoje, é a primeira vez que ouço posições e propostas tão claras sobre o assunto. Não sei se o tribunal proposto teria condições efetivas para funcionar e arbitrar ou se poderia se transformar, em mais uma estrutura burocrática do estado brasileiro.
Considero que esta proposta pode ser o início de um debate mais sério que deve interessar, tanto a trabalhadores destes serviços, quanto ao governo e mais especialmente à maior parcela sociedade que é aquela que mais demanda diretamente estes serviços.
O que não dá é ficar do que jeito que está, com greves infrutíferas para os trabalhadores e massacrantes para a sociedade. Temos a obrigação de discutir esta e outras propostas que venham dar luz ao problema. Finalmente, uma proposta!
Apresentado ao mestre antes de sua fala fiquei impressionado, com sua simplicidade, seu interesse em saber das coisas da nossa terra, assim como as experiências de geração de emprego e renda, como da incubadora de cooperativas do Cefet e alguns projetos e propostas da Ong Cidade 21. Nada verdade, nada inovador para ele que com os seus relatos de experiências, já nos ajudava a descobrir e buscar caminhos.
O professor e economista Paul Singer fez uma palestra simples, sem rodeios e delongas, mas sintomática, ao valorizar os aspectos da economia informal, o empreendedorismo (sem panacéias), a economia solidária, o poder das mulheres enquanto gestoras de famílias, etc.
Singer de maneira calma buscava ensinar a necessidade da academia valorizar as experiências como elementos de estudo e não o inverso: a prática como aplicação da teoria. Neste sentido defendia o pragmatismo, ao contrário de muitos de seus colegas da academia que embora menos conhecidos vivem a rebuscar sofisticações inúteis.
O atual secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e do Emprego Singer procurou, o tempo todo passar o valor daquilo que as pessoas simples fazem e constroem como meio de vida.
Agora Singer foi mais longe e meteu a mão num vespeiro que poucos arriscam sequer tratar quanto mais propor algo. Em matéria hoje, no jornal O Globo fez o que até agora ninguém havia se disposto a fazer. Na matéria “Em vez de greve, um tribunal arbitral” nosso professor que é também um ex-sindicalista, propôs que categoria como médicos, professores e motoristas de ônibus ganhem um tribunal especial formado por trabalhadores, governo e pela sociedade para decidir suas reivindicações.
Veja mais da fala de Paul Singer: “A idéia é evitar que greves nesses serviços tragam prejuízos ainda maiores à população. Proponho é que eles não possam fazer greve, mas sejam compensados com outros direitos, como o tribunal arbitral tripartite que será neutro. O representante da sociedade decide em caso de empate... Eu mesmo fui sindicalista e fiz greves. O direito de greve é importantíssimo, mas cada direito tem limites no direito dos outros. Nesse caso (dos serviços públicos), tem de substituir o direito de uma maneira a oferecer alternativas à categoria. Sou contra a greve nos serviços públicos... de médicos professores e condutores de ônibus, porque punem diretamente os pobres, que fazem uso desses serviços e têm salário menor do que esses servidores”.
Não sei se concordo integralmente com o professor e economista Paul Singer, porém digo também que até hoje, é a primeira vez que ouço posições e propostas tão claras sobre o assunto. Não sei se o tribunal proposto teria condições efetivas para funcionar e arbitrar ou se poderia se transformar, em mais uma estrutura burocrática do estado brasileiro.
Considero que esta proposta pode ser o início de um debate mais sério que deve interessar, tanto a trabalhadores destes serviços, quanto ao governo e mais especialmente à maior parcela sociedade que é aquela que mais demanda diretamente estes serviços.
O que não dá é ficar do que jeito que está, com greves infrutíferas para os trabalhadores e massacrantes para a sociedade. Temos a obrigação de discutir esta e outras propostas que venham dar luz ao problema. Finalmente, uma proposta!
Atualização em 27 de agosto 19:18:
O blog provocou o professor Hélio Gomes Filho que foi quem acompanhou praticamente toda o período em que o economista Paul Singer esteve no Cefet e ele mandou a seguinte colaboração:
"Eu conversei muito com Paul Singer, inclusive levei-o ao aeroporto e esperei junto dele o seu vôo. Só não conversamos mais porque no saguão do aeroporto estava César Benjamim, que monopolizou a conversa.
Conversamos muito sobre economia solidária. Ele autografou o primeiro livro que comprei dele e que foi uma base teórica importante para a criação da nossa incubadora. Ele também me presenteou com o seu livro mais recente na época.
Falou sobre a Secretaria Nacional de Economia Solidária, que ainda não existia devido a uma necessidade de mudança estrutural do MTb.
Falou sobre a Secretaria Nacional de Economia Solidária, que ainda não existia devido a uma necessidade de mudança estrutural do MTb.
Foi um dos encontros mais emocionantes que eu tive.
Eu já conhecia o Velhinho de longe, conhecê-lo de perto me permitiu ver uma pessoa sem vaidades, sem grandes indícios de apego material. Foi muito interessante ver a forma carinhosa com o ele falava do pessoal cooperativa que havia na incubadora que ele montou na USP.
Uma verdadeiro revolucionário. Na idade que tem poderia ficar em casa aposentado descansando. Passeia admirá-lo incondicionalmente".
Eu já conhecia o Velhinho de longe, conhecê-lo de perto me permitiu ver uma pessoa sem vaidades, sem grandes indícios de apego material. Foi muito interessante ver a forma carinhosa com o ele falava do pessoal cooperativa que havia na incubadora que ele montou na USP.
Uma verdadeiro revolucionário. Na idade que tem poderia ficar em casa aposentado descansando. Passeia admirá-lo incondicionalmente".
Hélio Gomes Filho
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