Mais uma boa reportagem sobre o assunto que este blog explorou em artigo na semana passada: o trabalho no corte de cana foi abordado no último número da revista Carta Capital.
Veja dois trechos:
"Embalada pelas vantagens competitivas do etanol brasileiro no mercado internacional, a expansão da agroindústria canavieira tem modificado a paisagem do interior do Brasil. A necessidade de não perder espaço para concorrentes acelerou o avanço das modernas colheitadeiras no cenário antes ocupado por trabalhadores braçais".
"O ritmo de trabalho alucinado aumenta a incidência de lesões e doenças laborais. Uma incômoda realidade que os empresários do setor preferem encarar como um resquício de um modelo baseado na mão-de-obra humana, agora em substituição".
..."Em Ribeirão Preto, há usinas com mais de 90% da colheita feita por máquinas. Em Piracicaba, pela declividade do solo, o índice é bem inferior. Uma colheitadeira faz o trabalho de cerca de 100 homens, mas custa 800 mil reais. O investimento total para colocá-la em funcionamento, com os equipamentos de apoio necessários, chega a 2 milhões de reais. Ainda há mercado de trabalho para os cortadores. Mas a mecanização traz outros impactos negativos, como a imposição de um ritmo de trabalho alucinado no corte manual, para que ele se torne competitivo".
Leia aqui o restante da matéria e uma entrevista com o economista e cineasta Beto Novaes, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro que coordena um projeto que mobiliza pesquisadores de quatro universidades federais. O trabalho se desdobrará em um documentário e um livro de artigos acadêmicos, que serão lançados em outubro. Um ensaio fotográfico de Flávio Conde, acompanhado de um texto de Novaes, também serão publicados na revista Democracia Viva, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), no fim de setembro..
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