65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, setembro 07, 2007
"Independência ou morte de um povo"
O parceiro e leitor habitual deste blog, Félix Manhães, postou um comentário-desabafo, em nota abaixo, sobre a data, que vale a pena ser lido. Por isto este blogueiro trouxe o texto para este espaço:
Independência ou morte de um povo
7 de Setembro. Já se passaram 185 anos que alguém montado em um cavalo disse:
Independência ou Morte! Aí, indagamos, de quem, cara pálida, se até hoje estamos alimentando essa mesma Corte com nossas vidas? Nada mudou. Quem proclamou a independência também já havia tomado gosto em ter alguém para o servir, mesmo que fosse para selar o seu cavalo. E as outras coisas, quem as faria? A elite é a mesma, em nada mudou. Apenas as formas. No Império, era necessário alguém para manter acesas as luzes e a luxo dos palácios, enquanto nas sombras apenas a dor, a fome e a humilhação eram o ombro amigo, a consolar o povo na espera das sobras que cairiam de suas mesas.
Depois, a República. Agora sim! Nós poderíamos "escolher" quem iria mandar em nossas vidas. Muitos prometeram, se elegeram e passaram, mas pouca coisa cumpriram, porque alguém teria que continuar a manter a festa. E esse alguém era o Povo.
Essa mesma elite inventou que o Comunismo matava e comia criancinhas e com as suas sobras, fazia sabão. Como as Forças estavam com ela, pois só seus filhos chegavam ao estrelato, promoveram o silêncio de chumbo. Foram quase 25 anos. Ficamos impedidos até de pensar, pois a tortura e até a morte eram o castigo para quem ousasse.
Mas, cansados, devolveram aos civis a Pátria Mãe Gentil. Nos enchemos de esperança. Viva a Democracia. Finalmente nós iríamos tomar conta desse Brasil varonil, mas p... nada mudou. Até o trabalhador chegou ao poder, mas para isso teve que se aliar a essa mesma elite, se não lá não chegava. Mas mesmo assim pouca coisa mudou.
A economia, que maravilha. Está sob controle. Dos banqueiros. Você coloca seu dinheiro no banco para ele ganhar mais dinheiro e eles te pagam menos de meio por cento de remuneração. Mas quando você vai pedir o mesmo dinheiro emprestado eles cobram quase 15 por cento. Criaram as Agências Reguladoras, que só regulam para o lado das empresas, enquanto o consumidor pago cada vez mais caro a conta. As leis, também em nada mudaram.
Os parlamentares parecem que só criam leis para se protegerem. Esse tal foro privilegiado é uma aberração legal, considerando que todos nós somos iguais perante a Lei. Mas não é assim. O lascado rouba uma galinha, entra na porrada e confessa até que participou do Mensalão. Já os privilegiados têm o seu foro próprio para absolvê-los, através dos recursos nas leis que eles criaram para si mesmos, e do dinheiro fácil que oferece bons advogados.
Na Reforma Política, o Poder é tão fascinante que inventaram a tal da reeleição. Porque 4 anos eram pouco. Mas também não resolveu. O governante passa o primeiro mandato pouco fazendo só pensando no segundo. E o segundo justificando o que não fez no primeiro.
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