O livro prossegue citando preocupações relacionadas a apartação e exclusão social de forma ainda mais ampla do que vemos nos dias atuais. Neste sentido, Jorge Wilheim em “Tênue esperança no vasto caos”(Paz e Terra, 2001) diz que “não haverá internet que substitua o prazer e o enriquecimento que se pode obter em espaços urbanos acolhedores. Por mais eficiente que seja a descentralização e a individualização de atividades propiciadas pela atual e futura conectividade global, o encontro físico continuará a exigir um cenário seu, um adequado espaço próprio. Continuará sendo necessário um leque de alternativas de espaços disponíveis para que cada pessoa adote aqueles a que emprestará sua afetividade, dando-lhe o nome de lugar. Uma cidade “boa” é aquela que permite aos cidadãos uma ampla escolha de lugares”.
Júlio Bueno o autor do livro “O futuro das cidades” lembra Manuel Castells in “La era de la información: economia, sociedad y cultura" (Madri: Alianza, 1997) para dizer que “para planejadores e políticos, um desafio: elaborar políticas que gerem um nível aceitável de equilíbrio social. Para arquitetos e urbanistas, a tarefa complementar de criar locais que produzam interação e não separação, entre grupos sociais diferentes”.
Voltando a Mitchell ele vaticina que: “as cidades do futuro irão refletir um equilíbrio e uma combinação de interações entre atividades virtuais e presenciais. Para cada pessoa vai valer o que funcionar melhor, num determinado tempo ou lugar, levando em conta suas necessidades e circunstâncias. Arranjos sociais de longa duração, como a maioria das nossas cidades, mostram-se naturalmente resistentes às pressões de mudanças... A natureza humana dificilmente altera tudo de vez".
Fechando, este blog considera, que embora o livro com suas 146 páginas traga muito mais atrativos, nos aspectos da revolução digital sobre a cidade é possível intuir que estamos no meio de uma mudança que embora, gradual é ainda, de proporções e conseqüências difíceis de serem mensuradas.
A análise sobre o que já está sendo mudado em nosso “local” seria um interessante exercício. Como exemplo veja a mídia, os blogs, a relação ensino-aprendizagem, etc. O acesso à grande rede pode ajudar a entender este novo mundo, em que não se pode deixar de lado, ou mesmo, considerar como apêndice a preocupação com a inclusão digital.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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