65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, setembro 28, 2007
Vale pelas questões e pela disposição para o debate!
Este blog está muito satisfeito com o interesse demonstrado pelo entrevistado Sérgio Belém, diretor da Viação Tamandaré, e também pelos leitores e comentaristas que procuraram aprofundar, a complexa questão dos transportes públicos em Campos dos Goytacazes. Depois desta surpresa o blog deduz, ou torce que daí saia algo interessante...
Sinceramente não esperava a disposição e clareza de um empresário deste setor em comentar questões, até então submersas, sobre a atuação de um segmento que usufrui de uma concessão pública. Sua coragem em questionar de forma pública, pontos vulneráveis do poder regulador, concedente e fiscalizador pode apontar, uma perspectiva nova, até porque o acordo, o compadrio, o fisiologismo são inimigos mortais da transparência e do diálogo aberto.
Para estimular ainda mais o debate, que o próprio Sérgio Belém propôs que fosse feito de forma mais ampla para exigir números e informações que são direitos do público, este blog traz até aqui, as respostas do Sérgio, aos comentários feitos sobre sua entrevista:
Professor Fábio Siqueira, quando me referi a diminuição da quantidade de empresas, não quis passar a idéia de ser contra concorrência, pelo menos da "saudável concorrência". Pois bem, em Campos, o que existe, é um número muito alto de empresas para o tamanho do município, a maioria com frota muito pequena e linhas pouco rentáveis, sem condição de se auto sustentar. O que passam a praticar é a sobreposição de linhas, economicamente mais viáveis que as suas, já atendidas a contento por outras empresas. Causam prejuízo para as concessionárias do referido itinerário e deixam de atender o seu próprio, ou seja, vivendo as custas de outras empresas.
Por exemplo, uma empresa que detém a concessão da linha Ponta Grossa X Rodoviária está fazendo, por vários horários, o itinerário Goitacazes X Centro, encurtando seu trajeto, invadindo a área sob concessão da Tamandaré. Outro exemplo, a empresa que atende o Farol estava retornando com grande parte dos veículos logo após Goitacazes, invadindo novamente nossa concessão.
Na maioria das cidades que têm transporte público próximo do ideal, é exigido uma frota mínima em operação por empresa, para um atendimento de itinerários setorizado e bem distribuído, inclusive com rateio entre elas daquelas linhas que dão prejuízo. Além de disto, esta medida contribuiria para melhor fluidez do sistema viário, pois várias empresas, cada uma com seus horários e itinerários, coincidem a passagem, ao mesmo tempo pelos mesmos corredores já saturados, como 28 de Março, Beira Valão, BR 101 Norte, etc.
Professor Renato Gonçalves, em momento algum questiono o direito a gratuidade. No entanto, quando o sr. afirma que o subsídio vem dos pagantes, vale ressaltar que Campos tem a tarifa de quilômetro rodado mais defasada do Brasil, conforme pesquisas da NTU. Se na teoria temos o custeio na fórmula, na realidade temos um número cada vez maior de não pagantes, portanto, a possibilidade de custeio não existe.
Quando a gratuidade para estudantes foi criada, não se pensou na forma de se controlar este direito e o que ocorre hoje é que muitos estudantes, além de estudar, utilizam o “direito” para viajar em vários horários, inclusive para passear em shoppings no horário de aulas.Outro fato é que pessoas que não são estudantes adquirem facilmente as carteiras e blusas de uniforme para viajar de graça.
Quanto ao “volume movimentado”, se é verdadeiro, resta salientar que foi informado o valor bruto, sem se lembrar de descontar o custo operacional.Sobre suas acusações, acho muito “estranho”, simplesmente desconfiar e acreditar no que “salta aos olhos”, principalmente quando não se conhece por completo sobre o assunto ou as pessoas envolvidas. Prefiro acreditar que se trata de um equívoco de colocação. A empresa que dirijo está a sua disposição para que, ao invés de simplesmente acusar/achar, o sr. possa pesquisar no ato da prestação de contas pelos cobradores a receita e comprovar que seu pensamento é pura “ilusão de ótica”.É sempre um prazer lidar com pessoas que buscam o conhecimento e podem contribuir de algum modo.
Sugiro ainda, que o Professor Roberto promova encontros entre pessoas realmente interessadas em estudar/ajudar, para que possamos solicitar junto à Prefeitura a cópia da planilha de custos, para que possamos dissecá-la e que formulemos juntos, propostas que possam contribuir efetivamente.
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