“No início de 1969, depois de três anos de jornalismo e crítica musical, com 24 anos, fui convidado por André Midani para produzir discos na Philips. Meu primeiro trabalho foi o LP da nova cantora Joyce, muito talentosa, que foi muito bem-sucedido. Em seguida, fui escalado para realizar um dos meus grandes sonhos musicais, que me levara a aceitar o trabalho na gravadora um disco de Elis Regina”.
“Procurando novos compositores e músicas para oferecer a Elis, que estava querendo e precisando das uma moderniza em seu repertório, entrei na sala dos produtores, na Philips, e estava tocando “Primavera”. E, como todos que ouviam, fiquei chocado com aquela voz, aquela melodia sinuosa, aqueles vocais dissonantes, aquilo tudo era muito novo e muito bom! Jairo Pires, diretor artístico da Polydor, sorria orgulhoso e contava que era o mesmo cara que tinha feito o “Não vou ficar” de Roberto Carlos, virava o disquinho e tocava “Jurema”, com um suingue empolgante, o tal Tim Maia era mesmo sensacional. As duas músicas escancaravam o talento de Tim como crooner romântico moderno e como o rei do baile do suingue. Não havia nada parecido, nada melhor, nada mais novo no Brasil”.
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