65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, novembro 30, 2007
O interessante critério de edição
O foco na praça de lá e não na de cá
O jornal O Globo, na edição de hoje, deu destaque, com chamada e foto na página 2 e mais de meia página 30, a uma matéria que questiona, a construção de um complexo de lazer, de 82 mil metros quadrados, no município de Araruama, por um valor que seria entre R$ 800 mil e R$ 3,5 milhões.
Este blog não se lembra, de ter visto o mesmo jornal, dar espaço idêntico, para o questionar, em 2004, a reforma da nossa praça São Salvador em Campos, numa área bem menor do que o espaço de lazer de Araruama, por valor também impreciso, mas que oscilava entre R$ 9 milhões e 17 milhões. Ou mesmo, a reforminha do Jardim São Benedito, apenas com pinturas e colocação de bancos e outros poucos acessórios de madeira, numa área, pelo menos cinqüenta vezes menor, que a de Araruama, por exatos R$ 1,391 milhão.
Enfim, bom que o cidadão observe a imprensa. Ela merece a mesma atenção com a qual deve ser observada a gestão pública, em todo e qualquer lugar. O que explica este tipo de escolha? O fato fez este, já velho blogueiro, se lembrar de, na época da censura, ter lido no também antigo, Pasquim, uma seção com o título de “matérias ou notícias da gaveta” ou algo assim, que segundo eles, representava o resgate das notícias da semana anterior, levantadas por repórteres e que acabavam descartadas numa caixa ou gaveta no meio da redação, por autocensura como decisão da editoria do jornal, ou mesmo, por censura efetiva pelo governo militar. A explicação de agora, com certeza, não é mais de censura ou autocensura, mas de “interesses”.
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2 comentários:
Mon ami Robert,
Como já disse o Mino Carta: "a imprensa brasileira não merece a liberdade que tem". No brasil (minúsculo mesmo) o jornalista, na maioria das vezes, chama o patrão de colega, e dá assim um verniz de notícia a voz do dono e de seus interesses.
DJ Lamparão.
Direto da redação d´A Trolha.
Caro Roberto. Tem sido comum a suspeita de superfaturamento em licitações de obras e serviços em varias prefeituras desde nosso Brasil. Seu blog, ao comparar preços, nestas duas obras, nos deixa perplexo com a ação corrupta do gestor público. Deveria servir de motivação para O Globo voltar à matéria. Com a palavra o jornal “O Globo”. Paulo Noel
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