65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, dezembro 07, 2007
"A comunicação na encruzilhada"
O Le Monde Diplomatique Brasil lançou o segundo número de sua série de livros temáticos de bolso. Em uma série de artigos, a obra denuncia o jornalismo oligopolizado e servil ao poder econômico. Mas ressalta a possibilidade de criar, por meio da internet, redes de intercomunicação pós-capitalistas.
Abaixo três pequenos trechos da introdução publicada aqui. Veja se vale a conferida no livro:
“Certas reviravoltas da História parecem se dar para recordarmos que "o tempo não pára", como escreveu certa vez Cazuza. Mesmo quando tendências aparentemente portadoras de novidade parecem se impor, é bom lembrar que "ainda estão rolando os dados". Algo assim está se passando no campo decisivo das Comunicações”...
..."Por ironia, exatamente no momento em que o universo da oligomídia parecia consolidado, ele foi sacudido por uma invenção surgida no mundo da guerra, e acelerada nos grandes de circuitos financeiros: a internet"...
..."A velha comunicação de massa, inaugurada com a invenção dos tipos móveis, por Gutenberg, está sob ameaça. Porque ao invés de se limitarem a consumir o que o oligopólio oferecia em escala inédita, os seres humanos deram-se conta de que a nova ferramenta lhes auxiliava a produzir conteúdos e – mais importante – permitia que circulassem por todo o planeta, agora sem necessidade do capital como intermediário. Uma banda de rap de qualquer periferia já não depende da gravadora – com suas exigências, contratos leoninos e padrões estéticos – para expor seu trabalho. Já pode, inclusive, manter contato com grupos com motivações semelhantes, em qualquer parte do planeta, e produzir em sinergia com eles. Um movimento social com interesse em difundir uma causa — e criatividade para torná-la sedutora — pode fazê-lo por meio de uma campanha de alcance global, difundida no YouTube. Grupos de cidadãos são capazes de se informar reciprocamente, e de debater temas políticos relevantes, por meio de redes de blogues que podem se tornar muito mais atraentes que os velhos jornais de papel”.
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Um comentário:
Prezado Roberto,
Belo texto. Realmente, a grande indústria da mídia tradicional esperneia de todo modo, mas não consegue deter o avanço libertário da rede. Talvez, essa seja a verdadeira contradição dialética preconizada pelo bom e velho Marx, e que "comerá" por dentro o Capital.
Nunca, na história da humanidade, um meio de comunicação, (a TV, o telefone, o telégrafo, etc,etc) permitiu ao usuário a produção de conteúdo combinada com a possibilidade de fazê-lo com a mínima intermediação do concessionário do serviço. Por enxergar essa possibilidade, os donos do mundo já se lançaram na cruzada jurídica e policial para manter o controle, e depois cooptar o que restar. No entanto, o lado sombrio dessa estória é que toda vez que se tentou controlar a liberdade de expressão, os métodos têm que ser invasivos, arbitrários e muito, mas muito violentos.
Um abraço.
Neo Xacal, Kbrunco Morpheus e Oráculo Lamparão. Direto da MATRIX.
Um abraço.
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