Lourenço, 39 anos pescador de Barra do Furado é simples, mas direto nas suas respostas. Manoel Lourenço Rangel Barreto nasceu na Quixaba, no quinto distrito de São João da Barra, depois morou no Farol e com seis anos foi com os pais, para a vizinha Barra do Furado.
Lourenço cresceu vendo os caminhões basculantes jogando pedras no Canal das Flechas. Não se esquece de dois momentos especiais: um, o de ver um caminhão levando, uma única grande pedra para jogar na areia, rente ao mar. Não entendia muito bem o que queriam, mas ao acompanhar o dia-a-dia que movimentava o Furado, no final da década de setenta, também viu dois caminhões sumirem, ao serem tragados pelas ondas e pela maré alta do mar.
Lourenço hoje não acredita no estaleiro que está para vir para a região. Ele diz obedecer fielmente o defeso porque "ele é uma garantia para minha profissão" que segundo ele, legalmente é exercida por apenas dezesseis pescadores, que hoje recebem, o salário do defeso em Barra do Furado. “Não acredito no porto não. Estaleiro, sei não, mas acho que ele não traz boa coisa não. Junto com ele vem muita gente atrás. Aqui não tem espaço para o estaleiro não”.
Lourenço diz que “o prefeito é boa pessoa, acho que ganha de novo, só que Otávio é mais querido que ele. Otávio tapou o rombo de Matoso”. Sobre o quebra-mar Lourenço diz que “depois dele a areia era lá e depois o mar entrou”.
Lourenço é irmão de Tia Lu, não aquela tia do mesmo nome que assumiu o tráfico no lugar do filho numa favela do Rio, mas uma simpática mulher que toca a vida à frente de um quiosque, na beira do mar do Furado, onde é possível comer uma sarda frita de excelente qualidade.
Lourenço hoje não acredita no estaleiro que está para vir para a região. Ele diz obedecer fielmente o defeso porque "ele é uma garantia para minha profissão" que segundo ele, legalmente é exercida por apenas dezesseis pescadores, que hoje recebem, o salário do defeso em Barra do Furado. “Não acredito no porto não. Estaleiro, sei não, mas acho que ele não traz boa coisa não. Junto com ele vem muita gente atrás. Aqui não tem espaço para o estaleiro não”.
Lourenço diz que “o prefeito é boa pessoa, acho que ganha de novo, só que Otávio é mais querido que ele. Otávio tapou o rombo de Matoso”. Sobre o quebra-mar Lourenço diz que “depois dele a areia era lá e depois o mar entrou”.
Lourenço é irmão de Tia Lu, não aquela tia do mesmo nome que assumiu o tráfico no lugar do filho numa favela do Rio, mas uma simpática mulher que toca a vida à frente de um quiosque, na beira do mar do Furado, onde é possível comer uma sarda frita de excelente qualidade.
Lourenço também toca um bar que chama de Universal, porque, segundo ele, é para todos. “O sol e pesca cansam, mas agora quero tranqüilidade. Tenho medo do porto. Eu gosto do defeso porque a gente dá uma descansada”. Lourenço é o nosso personagem da semana.
2 comentários:
Bob, universal, Bob,
Perguntar às vezes machuca, mas nunca ofende...
Será que grandes empreendimentos, em nome do tão, e tal propalado "progresso", dos investimentos (?), da qualidade de vida (?), etc, etc, etc,etc, levam em conta a vontade e o interesse dos moradores locais? Estranho mundo esse...hoje se faz pesquisa para tudo, desde de lançamento de remédio p/hemorróida até densidade eleitoral...tudo on-line, vapt-vupt... e mesmo assim, sempre perguntam sobre o que não nos interessa, talvez para esconder seus interesses...
Penso que no caso do "seu" Lourenço o medo é descobrir que às vezes meio quilo de sabedoria popular vale mais do que algumas toneladas de doutorado e MBA.
Em tempo, vai aqui uma sugestão ao Dep. Chico Michelângelo, do Clã dos Dom Luciano, a camorra da lagoa de cima; Por que não criar uma lei, se é que já não existe, para exigir desses empreendimentos o Estudo de Impacto Social, explico, bem devagar para as mulheres, portugueses e atletas de jiujtsu: A empresa, ou consórcio responsável teria que apresentar um estudo do impacto de crescimento demográfico, repercussão desse crescimento nas redes de serviço público e concedido (transportes, saúde, escola, esgoto, utilização do solo, etc.) perspectiva do aumento de arrecadação fiscal, percentual de empregos reservados a mão-de-obra local, enfim todos os aspectos de impacto sócio-econômico que atingem comunidades pequenas à mercê da própria sorte quando esses empreendimentos se exaurem e exaurem os recursos locais.
Digam ao Dep. Chico Mastroianni D´ Ângelo que os votinhos que ele amealhou aqui estão clamando por sua atenção a região. Com a palavra os colunistas sociais da Folha e cabos eleitorais: Fábio Abud Siqueira e Luciano Abreu D´^Angelo Barbosa.
Um abraço,
Xacal anti-universal. privilégio para poucas...
Prezado Roberto.
Concordo com o Xacal.
A humanidade é mesmo estranha. Devasta tudo em nome do progresso.
Tudo que vem com estaleiros, portos, refinarias, etc, etc, é tudo ótimo.
Mas os donos desses empreendimentos sempre pagam a peso de ouro por terrenos para construir suas casas (de morada e veraneio) em locais isolados, intocados, se possível, sem luz elétrica...
Como diz a sabedoria popular; "pimenta no C...dos outros é refresco"
Morgana...a bruxa que assombra os "garotinho"
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