sexta-feira, janeiro 18, 2008

Artigo do NYT tem uma parte coerente

O comentado artigo “Etanol é para todo o mundo?” escrito pelo Roger Cohen e publicado em 10 de Janeiro de 2008, no New York Times tem uma parte aproveitável: “Se o potencial vasto de etanol de cana-de-açúcar será realizado, no Brasil como em países africanos pobres, seu desenvolvimento tem que entrar nos moldes ordenados que permitam a boa Danuza e suas crianças dela se beneficiarem. Um combustível novo não deveria levar a maldição freqüente do óleo: o do enriquecimento de uma elite estreita”. “Isto dependerá de várias coisas: os padrões de trabalho adotados pelas hordas crescentes de investidores internacionais do etanol; a abertura para cima do sistema de comércio global para este bio-combustível que muitos países tropicais pobres poderão produzir; e o desenvolvimento de um mercado global do etanol comercializado com normas estabelecidas”. As três condições que o autor bem visualiza, após a visita a uma plantação de cana e a uma usina e de açúcar em Campos deveriam ser encampadas por aqueles que apostam neste ramo do agro-negócio. Para isso há necessidades de aperfeiçoamento, em termos de relações de trabalho no campo e nas usinas, assim como no desenvolvimento da capacidade de comércio, assim como na logística de transportes. Porém, o melhor do seu artigo é a citação de que “um combustível novo não deveria levar a maldição freqüente do óleo: o do enriquecimento de uma elite estreita”. O petróleo, ou o óleo é mal visto por muitos americanos pelo que o Cohen chamou de “elite estreita”. Interessante lembrar que os donos do petróleo levaram a interpretação mundial de que os negócios do petróleo são sempre muitos restritos que oferecem grandes ganhos a pouquíssima gente. Além disso, há a praga conhecida como a “maldição mineral” que ficou conhecida pelo fato das demais atividades de produção, não prosperarem nas áreas onde o mineral é extraído comandando a economia. PS.: 1 -Se houver interesse de algum leitor, este blog poderá disponibilizar a tradução do artigo, sem se responsabilizar pela qualidade da tradução, mas considerando que a mesma não compromete muito o que o autor quis dizer; 2 - Em tempo, Danuza foi a personagem usada pelo aritculista ou colunista do NYT para ancorar seu texto. Uma bóia-fria de 35 anos, com fisionomia de 70, quatro filhos e mãos rachadas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Roberto,

Empreendimentos de larga escala tendem, por sua natureza, ao oligopólio...O pior é que a tradição concentradora da "elite kbrunca" de Campos dos G. e região carrega consigo os piores "cacoetes"...Concentração brutal e deterioração das relações capital x trabalho a níveis semi-escravagistas...

Bela mistura, não?

Xacal.