65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, janeiro 18, 2008
Artigo do NYT tem uma parte coerente
O comentado artigo “Etanol é para todo o mundo?” escrito pelo Roger Cohen e publicado em 10 de Janeiro de 2008, no New York Times tem uma parte aproveitável:
“Se o potencial vasto de etanol de cana-de-açúcar será realizado, no Brasil como em países africanos pobres, seu desenvolvimento tem que entrar nos moldes ordenados que permitam a boa Danuza e suas crianças dela se beneficiarem. Um combustível novo não deveria levar a maldição freqüente do óleo: o do enriquecimento de uma elite estreita”.
“Isto dependerá de várias coisas: os padrões de trabalho adotados pelas hordas crescentes de investidores internacionais do etanol; a abertura para cima do sistema de comércio global para este bio-combustível que muitos países tropicais pobres poderão produzir; e o desenvolvimento de um mercado global do etanol comercializado com normas estabelecidas”.
As três condições que o autor bem visualiza, após a visita a uma plantação de cana e a uma usina e de açúcar em Campos deveriam ser encampadas por aqueles que apostam neste ramo do agro-negócio. Para isso há necessidades de aperfeiçoamento, em termos de relações de trabalho no campo e nas usinas, assim como no desenvolvimento da capacidade de comércio, assim como na logística de transportes.
Porém, o melhor do seu artigo é a citação de que “um combustível novo não deveria levar a maldição freqüente do óleo: o do enriquecimento de uma elite estreita”. O petróleo, ou o óleo é mal visto por muitos americanos pelo que o Cohen chamou de “elite estreita”. Interessante lembrar que os donos do petróleo levaram a interpretação mundial de que os negócios do petróleo são sempre muitos restritos que oferecem grandes ganhos a pouquíssima gente. Além disso, há a praga conhecida como a “maldição mineral” que ficou conhecida pelo fato das demais atividades de produção, não prosperarem nas áreas onde o mineral é extraído comandando a economia.
PS.: 1 -Se houver interesse de algum leitor, este blog poderá disponibilizar a tradução do artigo, sem se responsabilizar pela qualidade da tradução, mas considerando que a mesma não compromete muito o que o autor quis dizer;
2 - Em tempo, Danuza foi a personagem usada pelo aritculista ou colunista do NYT para ancorar seu texto. Uma bóia-fria de 35 anos, com fisionomia de 70, quatro filhos e mãos rachadas.
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Um comentário:
Caro Roberto,
Empreendimentos de larga escala tendem, por sua natureza, ao oligopólio...O pior é que a tradição concentradora da "elite kbrunca" de Campos dos G. e região carrega consigo os piores "cacoetes"...Concentração brutal e deterioração das relações capital x trabalho a níveis semi-escravagistas...
Bela mistura, não?
Xacal.
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