quinta-feira, janeiro 31, 2008

Bobagem e ignorância na proibição do carro holocausto

A decisão da Federação Israelita do Rio de Janeiro em questionar judicialmente para proibir a saída do carro sobre o holocausto. Para ser justa, a federação teria que ter ação idêntica de tentar proibir todos os filmes sobre a segunda grande guerra.

Com esta ação, provavelmente impensada, os judeus perdem a oportunidade, de permitir que o povão possa conhecer, fora dos bancos escolares e do ambiente acadêmico, a história que todos nós pretendemos que não se repita.

O desfile, o carro, as fantasias de Hitler por caminhos tortos talvez seja agora até mais explorada depois que a Justiça proibiu, na madrugada desta quinta-feira, que a escola de samba Viradouro desfile com o carro alegórico do Holocausto, que reproduz uma pilha de corpos, em alusão aos seis milhões de judeus mortos pelo regime nazista.

A liminar foi concedida pela juíza de plantão do Tribunal de Justiça do Rio Juliana Kalichsztein. Se a agremiação descumprir a ordem, terá que pagar multa de R$ 200 mil. E se entrar com algum componente fantasiado do ditador Adolf Hitler, terá que desembolsar R$ 50 mil.
PS.: Foto O Dia On Line.

4 comentários:

Bruno Lindolfo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bruno Lindolfo disse...

A decisão da Federação Israelita é legal, embora contraditória e absurda, e pouco me espanta, pelo menos baseado no que me transpareceu seu presidente em palestra recente.
Nesse ano que passou, o Niskier esteve em Campos para uma palestra sobre os Conflitos no Oriente Médio na UCAM.

Logo de início ele fez uma ressalva: analisar o caso, segundo ele, necessita um olhar menos apaixonado, pois não há, no conflito em questão, anjos ou demônios. Ensinou, também, que política é um ato de tirar sangue pela manhã, colocando gelo durante o dia.
Uma metamorfose ambulante.

Interessante notar que durante toda palestra o que ele fez foi justamente delimitar o Bom e o Mau da história, sob seu prisma, logicamente.

Saí do auditório com a absoluta certeza de que o conflito é indissolúvel.

A mancada, no entanto, fica por conta da Sr.ª Juliana Kalichsztein, que pelo sobrenome, deixa pra lá...

A argumentação do advogado da Federação Israelita é um primor:
O advogado complementa dizendo que o carnaval, que tem transmissão internacional, e que é um ambiente de alegria, sensualidade e erotismo, não é um foro adequado para discutir um evento tão bárbaro e agressivo.
Quer dizer, para o mundo, o carnaval brasileiro deve continuar sendo um convite à acefalia, à bunda e às orgias, e só.



Aliás, o blog tirou a semana para apontar as piadas dos tribunais, essas e outras piadas que ultimamente venho acompanhando in loco têm me desestimulado profundamente a seguir carreira, advogar é hoje a última coisa que desejo fazer, talvez seja uma visão apriorística, mas não estou disposto a morrer de raiva ou matar as ilusões que me fizeram escolher o curso.

Centro disse...

Ao excelente comentário de Bruno só posso acrescentar: que alguém de bom senso revisa mais essa asneira judicial.
Quanto aos israelitas, com todo respeito, que bobagem, que oportunidade perdida de trazer conteúdo para uma festa dessa dimensão. Já imaginaram se os brasileiros negros forem embargar todas as mensões à barbaridade que fizeram com seus ancestrais neste país? (e ainda se faz?).

Anônimo disse...

Caro BRUNO,

Irretocável, seu comentário é sensibilidade e acuidade precisa...
A "judicialização" da vida social no Brasil, que traz como efeito a "política das togas", onde os conflitos, alheios aos temas jurídicos, são mediados por Autoridades judiciais é o resultado da total deregulamentação das intâncias, promovida pela tese do mercado, como árbitro da vida das pessoas...

O problema é a usurpação, pelos tribunais, de uma atividade que é da sociedade, e suas formas de representação...Nada contra os Juízes, mas erros desse tipo tendem a aprecer, e expor, desnecessariamente a autoridade do Juiciário...OU seja, o juiz deveria, como a polícia,s er a última escada na busca por consenso...

E como sabemos, a aprato judicial é dominado por aqueles que já mantêm sob sua escolta outras formas de controle, mais uam vez levamos "trolha"....

Abraços...Xacal. o tribuno