sábado, fevereiro 02, 2008

Advogados ameaçados de extinção?

Não acredito. Mesmo sendo um entusiasta da tecnologia e das novas formas de comunicação não acredito na possibilidade de se prescindir do trabalho dos advogados, mas gosto de ver a opinião de quem polemiza em assuntos assim. A revista Época desta semana, que está indo para as bancas, trouxe uma interessante entrevista com o advogado escocês, Richard Susskind, autor do livro “O futuro do Direito” lançado há uma década e de outro que promete ser ainda mais polêmico, prestes a ser lançado “O Fim dos Advogados? A primeira e a última pergunta da entrevista: ÉPOCA – Os advogados estão ameaçados de extinção? Richard Susskind – Dei o primeiro capítulo de O Fim dos Advogados? para 30 pessoas lerem. Alguns advogados e outros não. Nada menos que 27 deles responderam “sim” à pergunta feita no título do livro. No futuro, a maioria dos advogados terá de se esforçar para sobreviver. Mas nem todos serão extintos. Meu papel ao escrever um livro é provocar as pessoas e encorajá-las ao debate. E não deixar os advogados felizes. Meu interesse maior é que o acesso à Justiça e aos serviços jurídicos cresça.

ÉPOCA – No Brasil, os advogados costumam se dizer necessários para preservar os direitos da população. O senhor concorda com isso?

Susskind – Respeito esse ponto de vista. Mas os advogados sempre encontrarão razões para justificar por que são necessários. Há outras maneiras de preservar os direitos da população. O Direito não existe para garantir um meio de subsistência aos advogados. A função dos advogados deve ser ajudar cidadãos e empresas a entender e aplicar a lei. Mas, se encontrarmos maneiras diferentes de fazer isso, não precisaremos de advogados por muito tempo.

Leia o restante aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bobby,

De tempos em tempos, surge um exterminador de profissões...Assim como a fotografia acabaria com pintores, a internet acabará com os jornais, etc, etc.
O máximo que pode acontecer, é que em disputas judiciais de bens disponíveis (dinheiro, valores, bens patrimoniais, em geral)é permitir ao cidadão sem habilitação (bacharelado) em Direito defender a si mesmo...Como já acontece nos EEUU por exemplo...
Essa proposta pode evoluir para outros campos do Direito, mas a tese da desregulamentação pelo mercado é mais uma falácia...Há profissões onde seu exercício não está vinculado a formação acadêmica, como jornalismo por exemplo: saber escrever correto, ter bom senso, ouvir os vários envolvidos, ser o máximo fiel a realidade dos fatos, isso não se aprende na Faculdade, aliás, como está nosso jornalismo diríamos que as Faculdades, em sua maioria, t~em feito um péssimo trabalho...
Já no caso dos advogados, embora eu seja simpático a tese da possibilidade de auto-defesa, diria que um mínimo de aprendizado, principalmente de como funcionam as cortes, sobre os recursos, e demais passos processuais devem ser exigidos, ou então desperdiçaremos mais tempo da já paquidérmica justiça com correções de erros provocados por leigos...