65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sábado, fevereiro 02, 2008
Carnaval, violência e estatísticas
O artigo do blogueiro abaixo abaixo foi publicado, ontem no jornal Folha da Manhã, sem o último prarágrafo retirado por falta de espaço.
Carnaval, violência e estatísticas
O simples fato de tentar mostrar relação entre as três já pode ser coisa de Momo, mas vamos em frente. No Rio, o Cordão do Bola Preta foi despejado de sua sede e, ainda assim, saiu na semana passada e voltará a sair amanhã. Reclamou a ajuda do poder público para quitar dívida que evitaria a liquidação de sua sede, mas mesmo sem, não deixou seus adeptos na mão.
Pois bem, em Campos foi o inverso. Faltando apenas quatro dias para o Momo, a prefeitura repassou o dinheiro às entidades carnavalescas. Questiono as entidades que dependem exclusivamente destes recursos para se manterem. Porém, o caso aqui é mais que isso.
A prefeitura informou na terça-feira, em seu próprio site, que uma das agremiações, a escola de samba "Os Independentes" apesar de ter recebido a verba de R$ 53.946,00 teria optado - pelo visto com a concordância do poder público - por não desfilar e assim utilizar o valor recebido na compra de uma sede própria.
Algo deve estar errado, ou então, o carnaval já começou e eu não sabia. A ajuda é para o desfile, porque se imagina que só pudesse receber ajuda as entidades já instituídas, mas não e... “me dá um dinheiro aí! Não vai dar? Não vai dar não? Você vai ver a grande confusão...”
Eu avisei que havia ligação entre carnaval, violência e estatística. Pois bem, estatística há para todo gosto e interesse. Tem gente que se apropria do PIB (Produto Ilusório Bruto) considerando que toda a riqueza do petróleo circula por aqui e não apenas a dos royalties.
A mais nova estatística na área surge igual a dos torcedores que levam faixas escritas para serem filmadas pelas TVs nas arquibancadas: “Eu já sabia”. Divulgada na quarta, o “Mapa da violência nos municípios” mostrou que Campos entre as mais de cinco mil cidades brasileiras como o terceiro maior índice (proporcional à sua população) em óbitos no trânsito.
Especialistas dizem que são grandes as chances de Campos subir, neste negativo ranking, com os números de 2007. Samba do crioulo doido nas estatísticas e no carnaval não é novidade para ninguém, a não ser para aqueles que duvidaram da falta de elo entre os temas do título.
Só que as coisas vão além, pois carnaval e violência estão também no mau uso dos recursos públicos que nenhuma estatística consegue dar conta. Enfim, Paz e bom carnaval a todos e... me dá, me dá, me dá um dinheiro aí!
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Um comentário:
Bob,
Como a maioria sabe, mas alguns fingem que não, a violência nem sempre se expressa como crime, e nem todo crime é violento...Os mais graves, inclusive, do ponto de vista do alcance (coletividade) e prejuízo(erário) são bem mais graves do que os "aterradores" roubos de carros de artistas, ou asslatos a residências com dinheiro não declarado...Mas o PIG insiste em vender "o pânico"...Mas como ser diferente com tantos compromissos, nem sempre confessáveis?
Xacal.
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