Segundo a coordenação de Comunicação Social de Quissamã,
amanhã, às 11horas, a prefeitura fará a entrega oficial da reforma de 13 habitações dos blocos C e D do complexo de senzalas da Fazenda Machadinha. O projeto de restauração foi autorizado pelo Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), mesmo órgão que efetivou o tombamento do local em 1978”.
“A iniciativa visa garantir moradia digna para os habitantes do local e a preservação das características arquitetônicas e históricas das antigas senzalas, historicamente ocupadas por descendentes de escravos”.
O prefeito Armando Carneiro responsável pela recuperação disse que : “esta é mais uma etapa da restauração completa que faremos no Complexo Arquitetônico de Machadinha até o final do ano. É uma obra que resgata parte da nossa história e garante dignidade e cidadania aos moradores do local”.
Diz ainda o release da Comunicação Social: "É uma oportunidade para que as pessoas possam ficar em Machadinha e manter suas raízes históricas. Durante a reforma, as famílias ficaram hospedadas na Casa de Passagem, um bloco de moradias construídas no local pela Prefeitura especificamente para este fim. As senzalas estavam deterioradas, com condições inadequadas de habitabilidade e perdendo as características originais da construção".
"Com a reforma, todos estes problemas foram sanados e cada moradia ganhou mais espaço, com um anexo descolado da parte original. Assim, as habitações passaram a ter sala e quarto na frente (parte original), e cozinha, banheiro, mais um quarto e uma pequena área de serviço no anexo.Entregue em novembro de 2006, o bloco B já foi totalmente reformado. O próximo passo é fazer a reforma do bloco A, última parte da restauração das moradias".
Em julho de 2006, portanto há um ano e meio, o blogueiro teve oportunidade de visitar a Fazenda Machadinha e ver o trabalho de restauração das senzalas e ainda conversar com os descendentes de escravos que lá, ainda vivem.
Um belíssimo trabalho que merece elogios pela sua condução, pela preocupação em agregar à questão cultural, uma visão de um plano turístico que alia o turismo histórico, ao cultural e gastronômico com o estímulo à produção de comidas de origens africanas como o “Capitão de Feijão” que é um bolinho de tutu de feijão com coco e “Mulato velho” que é um caldo feito com bagre no sal preso (salgado) e cozido no feijão com abóbora. Junto das fazendas históricas, o projeto, para aumentar sua viabilidade precisa fazer parte de um roteiro turístico mais amplo e para isto está se linkando a Macaé, Rio das Ostras, Cabo Frio e Búzios.
Parabéns ao poder executivo e Da. Maria da Glória ou Glorinha. Em minha passagem por lá conheci a Glorinha que na época tinha 75 anos. Pertencente a uma das 35 famílias de moradores da Fazenda Machadinha, descendentes de escravos até a sexta geração que habitam o complexo arquitetônico tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional agora reformado. Da. Glorinha nascida e criada em Machadinha, de lá só se ausentou, quando esteve num período no Rio de Janeiro, na casa de parentes em Jacarepaguá para tratar a saúde. Adora contar a história dos seus antepassados e é extremamente gentil com os que a interpelam. Na foto, Da. Glorinha está numa das senzalas que foram recuperadas pela prefeitura dentro do projeto de preservação da memória dos quilombolas.
PS.: Fotos tiradas em 14 de julho de 2006.
Um comentário:
Vamos formar a Rede Blog para mais um Dia do Abandono no próximo 21?
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