quarta-feira, fevereiro 27, 2008

O ônus da extração do petróleo em nossa Bacia

Toda uma região entra em polvorosa diante do anúncio de qualquer acidente, seja ele aéreo ou explosão numa plataforma. Mais de dez mil famílias correm para saber notícias sobre o embarque e o estado dos parentes e dos amigos que atuam off-shore.

Já há uma consciência e uma assimilação prévia dos riscos que se corre neste tipo de trabalho, mesmo com todos os planejamentos de segurança e saúde no trabalho que melhoraram muito, depois do grave acidente que afundou a plataforma P- 36 em 2001.

Ainda assim, o fato de ser um trabalho em alto-mar, em ambiente confinado, distante do continente e numa atividade de extração de combustível torna sempre o trabalho off-shore, digamos um perigo controlado, embora se saiba, que o controle absoluto sobre todas as operações, por mais planejamento que se tenha, seja sempre, uma busca permanente.

Estas questões técnicas e de administração que envolve o que depois de 2001 passou a ser chamado de gestão de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde), não são de conhecimento das famílias.

Independente disso, as famílias sofrem. Angustiam-se com o embarque, temem pelos quatorze dias. Torcem para que passe rápido e preferem saber que já estão de volta à casa, a serem informadas que ainda aguardam o temido vôo de volta.

São raras as famílias que conhecem concretamente o trabalho off-shore dos seus parentes ou amigos. A maioria sabe por ouvir falar. Elas só vêem seus parentes nas folgas e outros nas festas.

O que fazem na plataforma seus familiares tem uma vaga idéia, o que tornando qualquer alarido sobre acidente, sempre um martírio que só passa, na medida em que as informações chegam para suspender o susto ou aprofundar a tensão.

Este é um dos ônus das cidades de nossa região produtora de petróleo. Somos conhecidos mundialmente como a região rica que a tudo enfrenta, junto com a maior empresa brasileira, para dar a auto-suficiência em petróleo ao país. A perda de algumas vidas e a tensão permanente das famílias acaba sendo uma imposição, quase que de guerra, digamos que um ônus consentido.
Este acaba sendo mais um dos motivos, de se lamentar o mau uso que se faz do dinheiro arrecadado com os royalties gerados, pela extração do petróleo, em nossos municípios.

Que na solidariedade às famílias e aos trabalhadores petroleiros que agora sofrem, pela perda e pelo desaparecimento de seus companheiros, as empresas pensem em reforçar seus planos de segurança do trabalho com mais investimentos e que nossos prefeitos, os gestores locais dos recursos dos royalties lembrem sempre, em cada centavo gasto com este dinheiro, o valor daqueles que lutam e trabalham por este resultado. É o mínimo que devem fazer, não apenas pela responsabilidade administrativa e legal dos seus cargos, mas também, em respeito à memória destes nossos heróis petroleiros.

4 comentários:

Centro disse...

Roberto, outro dia vc saia de casa para o carro e eu ia pra minha. Então não deu mais uma vez para apresentar a sugestão. Vai aqui mesmo: não dá pra pôr um e-mail teu nesse blog? Assim a gente que gosta pode postar uma foto, uma informação que possa quem sabe ser útil ao blogueiro e à boa causa de melhorar Campos.

Roberto Moraes disse...

Olá Antônio,

Um boa idéia. Já haviam reclamado sobre isso e eu tinha me esquecido. Vou ver como viabilizar.

Enquanto isso, por favor, você e os demais leitores do blog podem contactar-me e mandar contribuições para o endereço:
moraes.rol@terra.com.br.

Grato,
Abs,

xacal disse...

Don Roberto,

Vá até Layout, no campo adicionar item, escolha a forma dentre as opções oferecidas, por exemplo: lista, arquivos, enquetes, etc.

Roberto Moraes disse...

Olá Xacal,
Agradeço sua dica. Porém, como o layout e a estrutura do meu blog a blogger (blogspot.com) é antiga, porque não quis arriscar a transferir toda a base (cerca de 5 ml postagens) para um layout novo fico com esta estutura antiga com menos opções tendo que adaptar estas coisas.

Enfim, taí, meio feinho o e-mail para contato.
Valeu,
Abs,