65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
domingo, março 02, 2008
Quem diria: o país agora precisa de engenheiros
Desde minha a juventude com o fim do chamado milagre brasileiro, na década de 70, eu jamais poderia pensar que ouviria alguém dizer que “falta engenheiro em nosso país”. Terminei meu curso de engenharia no auge da recessão, na primeira metade da década de 80. Por caminhos diversos já havia tomado gosto por outras áreas, sem contudo abandonar de vez, a engenharia. Porém, jamais imaginaria voltar a ver o crescimento da demanda destes profissionais no mercado de trabalho.
Meu filho Caio há poucos dias voltou do curso pré-vestibular falando dos comentários dos professores a respeito das oportunidades com este crescimento da demanda. Nesta semana, o MEC anunciou um apoio extra em termos de financiamento de cursos em instituições privadas, para alunos de licenciaturas em ciências - uma antiga demanda - e para a surpresa de todos, também para os alunos de engenharia. A empresa Vale do Rio Doce entre outras, já anunciou desespero com a falta destes profissionais.
Com certeza o fato se liga à economia. Não há demandas de obras, instalações e novas tecnologias sem crescimento econômico. A redução da demanda por estes profissionais por quase trinta anos levou as universidades ao estímulo dos cursos genéricos de engenharia de produção.
Estes, procuram desenvolver competências e habilidades mais genéricas, com ênfase e forte base de engenharia para se colocar no mercado com aptidões genéricas. Hoje, diante do cenário atual, este profissional tem menos opções no mercado do que aqueles que, embora tendo essa formação sólida em gestão de pessoas e processos, também conseguem dar conta de gestões específicas da produção, da manutenção, dos projetos, em eletricidade, química, mecânica, eletrônica, telecomunicações, infra-estrutura, etc.
O impensável é imaginar que o universitário que entrar agora na universidade, só daqui há meia década estará se formando, quando um novo cenário provavelmente estará sendo desenhado e daí, que a formação geral, também não pode ser abandonada, fato que facilita ao formado, se adaptar melhor e mais rapidamente às circunstâncias demandadas por este cada vez mais mutável mercado de trabalho. Diante de tudo isso temos aí uma boa e nova notícia e um velho e antigo desafio.
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