Campos diante de seus desafios
Campos ainda está mergulhada numa grave crise, provavelmente, sem precedentes, em toda a sua história. Paradoxalmente, no momento de maior receita do setor público que deveria estar gerando expectativas de desenvolvimento tanto econômico quanto social, com respeito e preservação ambiental.
Desejável seria a prevalência de maturidade política associada a uma nova ética de gestão, condizente com os tempos democráticos que exigem participação e transparência na condução da coisa pública não mais como retórica, mas como princípio para a correção das mazelas dos últimos desgovernos.
É impossível esta construção sem uma concertação que tenha como princípio, a perspectiva de uma gestão compartilhada e fiscalizada pela sociedade e por um novo e independente legislativo, que efetivamente considere a finitude dos recursos hoje majoritários da receita proveniente dos royalties.
Necessário ainda, a disposição de olhar para a frente, de organizar o município e sua pujante máquina na busca de eficiência administrativa para a construção e implementação coletiva de boas políticas públicas que propiciem inclusão, desenvolvimento e emancipação social.
Tem-se pela frente, uma tarefa gigantesca de superação de métodos enraizados, pela mudança que em 1988 ousou mudar para criar novos donos de velhas políticas. A política do toma-lá-dá-cá acabou vitaminada pelos royalties, que ao invés de construir, imobilizou o desenvolvimento de políticas de emancipação social e do empreendimento privado. Este abdicou da possibilidade ser parceiro, para ser dependente das verbas e dos verbos dos grupos políticos que passaram a assaltar os cofres públicos recheados, daquilo que deveria estar a serviço do campista excluído e necessitado dos mais elementares direitos, previstos abstratamente, na nossa Constituição.Campos precisa reagir ao atoleiro e aos problemas atuais. Campos merece algo melhor!
3 comentários:
Caros colegas, nas palavras do professor Robert Castel " não há coesão social sem proteção social", o que nos remete
à construção do bem estar social fincado no emprego(pleno), nas políticas sociais universalistas (saúde e educação para todos) e uma tributação progressivamente justa. Outro autor, Peter Evans nos ajudar a entender o caráter predotório da elite política campista( e brasileira). Aquela que suga a riqueza do lugar sem nada devolver. Ela apenas captura o poder público, com apoio de parte da mídia local, com o intuito de avorecer grupos oligárquicos. A saída é nascer uma elite desenvolvimentista de fato. Não merecemos ser o Haití.Abraços.
O que mais me chama a atenção diante dos desafios que a cidade de Campos tem pela frente, eu como cidadão campista não posso deixar de perceber, é a articulação e controle de parte dos veículos de comunicação como nos dois jornais impressos de campos(O diário e a Folha da manhã). A leitura desses jornais pode-se dizer que é impossível, pois os dois lados declaram-se como imparciais e a favor de campos, mas fica claro que os dois visam somente seus proprios interesses, um a favor do Garotinho e o outro contra, mas os dois tem uma coisa em comum que é perpetuar os mesmos grupos oligárquicos no poder.
Obrigado Roberto Moraes pelo Blog que não compactua com estes grupos, mas sim em prol da cidade.
Adeilton Nascimento
Historiador.
Não se trata de defesa, mas é preciso constatar que a última liderança a surgir na política local foi Garotinho - por mais que saibamos que a oligarquia implantada no município depois dele foi criada por ele. Só mesmo Makhoul representou um fenômeno mais recentemente, em 2004 - muito por conta de certo cansaço de parte da sociedade e pouco pelo partido a que se filiou (valendo lembrar que, inicialmente, a opção do médico foi o PDT). O mesmo cansaço poderia levar agora à eleição de Robertos, Henriques (desde que se mostrando descolado de Garotinho) ou Moraes - figuras não exatamente novas no cenário, mas comprometidas com alguma moralização da coisa pública. Makhoul, inserido no grupo petista que se aliou ao governo Mocaiber, seria alvo de ataques de quem vem contando vantagem por estar pagando um preço alto pelo compromisso com (um)a verdade durante todo esse período.
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