66 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sábado, abril 19, 2008
Campos inusitada: dois bispos, dois prefeitos!
O que ontem parecia só uma dúvida temporária sobre quem era realmente o prefeito da cidade, passada a metade deste sábado, os dois se consideram oficialmente como prefeitos no pleno exercício do cargo.
Pela manhã em diferentes rádios que reproduzem os seus esquemas políticos, Alexandre Mocaiber falou das suas primeiras ações, na volta ao cargo dizendo ainda, que seu afastamento foi suspenso pelo STJ.
Em outra rádio, Roberto Henriques informou ser o prefeito em exercício e informou que nesta manhã entrou com petição na Justiça Federal de Campos solicitando proteção à Polícia Federal para administrar a cidade, como forma de cumprir o seu dever, determinado, por nova decisão, em também novo processo, em que a 1ª Vara Federal de Campos determinou o afastamento definitivo de Mocaiber, por improbidade administrativa. O primeiro conseguiu publicar exonerações e nomeações no jornal Monitor Campista que é o Diário Oficial do município enquanto segundo diz que tudo isso é nulo de direito.
Campos já tem uma situação inusitada no campo religioso, que é o de possuir dois bispos, ao contrário do restante do país e do mundo, hoje passou a aumentar a situação atípica, o de agora também ter dois prefeitos, por dúvidas sobre conflitos de competência judiciais e por disputa política.
Os dois bispos se explicam pela unificação proposta pelo Vaticano como forma de unir a igreja Católica depois de décadas de disputas e conflitos entre Dom Antônio de Castro Mayer, excomungado da igreja, e o bispo oficialmente reconhecido pelo Vaticano. Já a presença dos dois prefeitos se explica pela disputa desenfreada pelo poder de uma cidade endinheirada com a receita dos royalties.
A igreja católica entre 1305 e 1377 também teve dois papas, Rei Felipe IV em Avinhão na França e outro em Roma proferindo anátemas e maldições um contra o outro, tal como fizeram os dois, nesta manhã cada um em uma rádio local.
O inusitado avança naquilo que se fosse ficção já não seria crível, quando se sabe que os dois prefeitos são católicos de carteirinha, só que, como não poderia deixar de ser, Mocaiber comunga com o bispo tradicionalista Fernando Riffan, que substituiu, Dom Antônio e Henriques defensor da igreja progressista comunga e confessa com o outro bispo de Campos, o Dom Roberto Gomes Guimarães.
O Vaticano teria precisado de 72 anos para ser pacificado e voltar a ter um único comando, o do papa Gregório IX em 1377. Quanto tempo e de que forma precisaremos para expurgar nossos males e democraticamente escolhermos nosso representante maior?
Talvez, o sacrilégio da riqueza dos nossos governantes, contrastada com a pobreza em que vive nosso povo, explique tamanha expiação. Em Campos, certamente há mais coisas entre o Céu e a Terra, do que pode supor nossa vã filosofia.
PS.: Atualizado e corrigido às 12:43 e 12:49.
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3 comentários:
Além disso, a nossa Campos parece possuir tambêm duas Leis: A Lei que não é cumprida e a Lei proferida pelo presidente da câmara Municipal, que julga-se acima de tudo e de todos.
Está faltando "punho" dos homens de preto! Senhor Delagado da Pol. Federal de Campos, por favor, foram cometidos delitos ontem pelo presidente da câmara de nossa cidade ao empossar o prefeito afastado. Não deixem isso passar em branco, por favor: Cadeia neles!!!!!!!!!!!!!
O problema é que o presidente do STJ, tão solicito em reconduzir Mocaiber ao cargo baseando-se tão somente na letra fria da lei e dando a mínima para o sofrimento da população de Campos, reafirma sua total irresponsabilidade silenciando-se neste momento quando, agora sim, deveria manifestar-se. As dúvidas que pairam sobre a questão só podem ser esclarecidas pelo STJ, que não se manifesta numa prova de total indiferença com nosso município. Com essa "justiça" que temos fica difícil mudar as coisas.
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