66 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
sexta-feira, abril 11, 2008
Petróleo: uma riqueza maldita?
Tem hora que passa uma sensação que a riqueza do petróleo é algo maldito. Aliás, as riquezas minerais extrativistas têm esta fama. Onde elas brotam outras atividades econômicas tendem a perder espaço. A riqueza gerada com sua extração circula nas mãos de poucos que as protegem ferozmente, quaisquer que sejam os campos de batalha. Em termos de gestão municipal, o que era para ser uma revolução sustentada por um orçamento crescido 40 vezes, de R$ 37 milhões em 1994, para R$ 1,5 bilhão em 2008, tornou-se um fiasco. O 11 de março de Campos começou bem antes...
Este é o início do artigo do blogueiro que foi publicado, na edição de abril da revista Cidade publicada em Cabo Frio, na região dos Lagos. Clique aqui e leia o artigo na íntegra.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
vejo que começa a concordar com alguns de nós sobre o prejudicial que pode ser uma riqueça obtida sem esforço.
Companheiro Roberto, com todo respeito, me permita divergizar. Penso que o Petróleo é uma dádiva de Deus, temos que amaldiçoar e renovar grande parte dos políticos que pensavam que continuariam a fazer os campistas de bobos. Eles , apesar de avisados, não acreditavam na PF e no MP. Mas esses Órgãos ainda estão vivos e eficientes e até a intervir quando essa bancada sonolenta e passiva de vereadores não cumpre o seu papel.
Caros Oviedo e Felix,
Na verdade, usei o argumento que paira como idéia quase fixa, em alguns núcleos de estudos e pesquisa da academia, mais como provocação desta avacalhação em que mergulharam nossa Campos do que como concordância da irreversibilidade do quadro. Enquanto acreditar, esmo em meio às dificuldades, na possibilidade de intervenção e alteração da situação, não posso aceitar a tese da maldição mineral como hipótese irreversível, mas não tenho como negar que gosto deste debate.
Raciocinado desta forma concordo com o companheiro Felix torcendo para que tenhamos mais pessoas pensando coletivamente na construção de um caminho alternativo.
Abs,
Não creio em deus...nem em destino, predestinação ou maldições...somos resultado de nossas escolhas, e das escolhas alheias...você pode decidir amar a vida, mas se alguém resolve te matar, não adianta...
Nosso desenvolvimento não é uma questão de sorte, ou da existência ou não de recursos naturais e abundância...
É uma decisão política, que também depende de como enfrentamos as escolhas dos outros grupos que colidem com tal decisão...
É também resultado da força e coesão que dispomos para tornar hegemônicos nossos interesses...o interesse da coletividade...
A riqueza, o papel de protagonista, para o bem e para o mal, não é novidade para nós...No entanto, até hoje, somos uma terra onde apenas fomos capazes de substituir a elite econômica decadente por uma nova elite de burocratas que transpuseram o eixo da disputa para dentro da máquina, e com a apropriação direta dos recursos, o que antes era feito de forma indireta ou complementar...
Campos dos G., como vários municípios desse país, ainda não experimentou a alternância de poder, nesse caso, alternância dos interesses do poder...
Continuando...
Podemos dizer que experimentamos uma transição da forma de organização capitalista, e de sua representação política...
Com a derrocada do sistema monocultor agrário, a elite local perde a capacidade de impor suas decisões políticas, baseadas em dominação econômica pela eterna submissão da mão de obra ao capital...
Como perderam o capital, foi-se o mando...
Nesse vácuo, surge uma alternativa de contornos populares, mesclada a setores médios da sociedade, que assume o papel de reorganizar o Estado, e acena com a possibilidade de reverter a história de privilégios das classes ora dominantes...
Com a chegada dos royalties, que injeta dinheiro diretamente nos cofres públicos, já não é possível ao setor privado competir economicamente com a prefeitura...
A PMCG, que já não depende dos impostos gerados pela atividade econômica da cidade, e portanto, dispensa a mediação dos setores produtivos, cria então uma casta de gestores que detém em suas mãos o condão de "matar" ou beneficiar esse ou aquele empresário, inaugura-se assim o clientelismo empresarial...
Essa casta, que ocupa o poder há vinte anos, associa-se a esses clientes e formam uma elite de dentro para fora da máquina administrativa, em uma confusão promíscua entre público e privado...
Mais uma vez, a experiência inciada com legítima base de apoio popular, se deixa cooptar, e rompe com seus princípios...
A população, num misto de desilusão cívica, e necessidade de sobreviver nessa nova lógica, adere, se aproveita das migalhas do esquema e confere verniz "popular" a "nova" ordem...
abraços
Roberto, espiar este teu pedaço de mídia é, realmente, salutar. A análise do Professor e Literato Xacal é uma verdadeira aula de política. Já pensou a gente juntar uns tanto de vocês com esse pensamento prático e coletivo, como verdadeiros agentes multiplicadores. Certamente começaríamos a mudar esse quadro rídículo, porém perverso que domina nossa cidade.
Postar um comentário